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A Crise das Identidades
Faz-se nesta obra um balanço das mudanças ocorridas nas sociedades ocidentais desde a década de 1960, em matéria de vida privada, de vida de trabalho e de crenças simbólicas (religião, política, etc.), associando-se a três processos que conheceram, no último período, desenvolvimentos significativos: o processo de emancipação das mulheres, o processo de racionalização económica e o processo de privatização das crenças. Nela se propõe a seguinte interpretação: as formas anteriores de identificação dos indivíduos (culturais, estatutárias¿) perderam a sua legitimidade e as novas formas (reflexivas, narrativas¿) não estão ainda nem plenamente constituídas nem reconhecidas. Esta constatação de crise está ligada a uma conjuntura económica, política e simbólica particular: globalização das trocas e aparecimento de uma nova economia, questionação dos Estados-nação e fracasso do comunismo «real», diversificação das formas de vida privada e de relações entre os sexos. Esta conjuntura tende a exarcebar as questões identitárias e a multiplicar as crises existenciais.