Bruno Patino
Biografia
Bruno Patino é jornalista e ensaísta. Licenciado em Ciência Política, foi presidente da comissão organizadora da EGI, do canal de televisão franco-alemão ARTE e professor associado da Escola de Jornalismo do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Foi diretor editorial do canal Arte France e desempenhou cargos importantes no domínio do jornalismo e da comunicação, tendo sido
correspondente estrangeiro do Le Monde no Chile, presidente do Le Monde interactif (2000-2008), da Télérama e vice-presidente do grupo Le Monde. Foi também diretor do France Culture e dirigiu a programação e a estratégia digital do France Télévisions. É autor, entre outros, de Une presse sans Gutenberg, Télévisions, de A Civilização do
Peixe-Vermelho - Como peixes-vermelhos presos aos ecrãs dos nossos Smarthphones (Gradiva, 2020) e Tempête dans le bocal, todos eles sucessos de vendas com edições em vários países.
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Submersos
«[..] Mas chegaram então os ecrãs e, com estes, a ligação permanente. A luz azulada que nunca se apaga, o brilho que nunca se extingue. Despertos, esgazeados, atónitos, somos irremediavelmente atraídos pela sua luz. Tornámo-nos borboletas. Os nossos olhos já não se fecham. Foram-se as insónias, chegou a vigília, o tempo dos guardas-nocturnos, daqueles para quem a noite já não é mais do que uma sequência hipnótica entre mau sono e má ligação. Sou um deles.»
Assim escreve Bruno Patino nas páginas deste livro profético. O peixe vermelho, sobre o qual dissertou no livro A Civilização do Peixe Vermelho já desapareceu, foi engolido por um imparável dilúvio de ícones, textos, imagens, sons.
Habitamos agora numa rede de ilusão de omnipotência. Acreditamos ter acesso a uma escolha ilimitada: músicas, filmes, séries de televisão, livros, notícias e reuniões. Mas o algoritmo comando-nos; assim como o cansaço, o sentimento de abandono, o desejo de fuga e a perda do sentido do colectivo na nossa vida quotidiana. A expectativa desapareceu, e com ela o desejo e o sonho. E assim estamos submersos, privados de liberdade, reduzidos aos nossos dados: remetidos para uma existência digital.
Estará tudo escrito? Estaremos perante uma espécie de apocalipse programado por criadores - guionistas, investigadores e empresários? Se o fim dos tempos for produto da nossa imaginação, talvez ainda possamos mudar o seu curso. Um ensaio brilhante, pessoal e oportuno que desenha uma saída possível.
Assim escreve Bruno Patino nas páginas deste livro profético. O peixe vermelho, sobre o qual dissertou no livro A Civilização do Peixe Vermelho já desapareceu, foi engolido por um imparável dilúvio de ícones, textos, imagens, sons.
Habitamos agora numa rede de ilusão de omnipotência. Acreditamos ter acesso a uma escolha ilimitada: músicas, filmes, séries de televisão, livros, notícias e reuniões. Mas o algoritmo comando-nos; assim como o cansaço, o sentimento de abandono, o desejo de fuga e a perda do sentido do colectivo na nossa vida quotidiana. A expectativa desapareceu, e com ela o desejo e o sonho. E assim estamos submersos, privados de liberdade, reduzidos aos nossos dados: remetidos para uma existência digital.
Estará tudo escrito? Estaremos perante uma espécie de apocalipse programado por criadores - guionistas, investigadores e empresários? Se o fim dos tempos for produto da nossa imaginação, talvez ainda possamos mudar o seu curso. Um ensaio brilhante, pessoal e oportuno que desenha uma saída possível.