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O Cérebro de Mozart
Foi a técnica da imagiologia funcional cerebral que permitiu uma melhor compreensão da implicação das diferentes estruturas cerebrais, repartidas nos dois hemisférios, na percepção, memorização, execução e composição da música.
Este ensaio de neuropsicologia musical, incomparavelmente erudito, é na verdade agradavelmente acessível, pois encontra-se redigido num sábio tom coloquial com um estilo elegante e uma notável clareza.
Ao longo da obra o autor debruça-se, muitas vezes, sobre as frequentes atitudes ausentes de Mozart e que explica pelos mecanismos da sua memória a da sua elaboração criadora. Da mesma maneira liga-o à liberdade de tom que existia nessa época na sua família e a Salzburg, o gosto pelos prazeres escabrosos ou escatológicos.
Quando se diz de Wolfgang Amadeus que é uma criança prodígio, é a sua própria existência que constitui o prodígio. Nenhum músico no Ocidente reuniu na sua pessoa tantas capacidades no seu domínio nem nunca as expressou tão precocemente.
A Escolha de Mozart como figura emblemática da actividade musical parece pois impor-se. E Bernard Lechevalier, não escondendo a sua veneração por este génio, de certa maneira convida-nos a ir ao seu encontro; encontro ao longo do qual descobriremos a existência de um cérebro musical em toda a gente, mais ou menos capaz de o melhorar pelo treino, e que é um pouco diferente do "cérebro dos músicos".
Quanto a Mozart, o seu funcionamento cerebral, suporte e actor do seu génio, difere ainda do de um virtuoso…