Amadeu Lopes Sabino
Biografia
Amadeu Lopes Sabino nasceu em Elvas em 1943. Licenciado em Direito, foi jornalista, advogado, funcionário da União Europeia. É ficcionista e ensaísta. Entre os últimos romances publicados destacam-se A lua de Bruxelas (Campo das Letras, Porto, 2009), A cidade do homem (Sextante, Lisboa, 2010), As Claras madrugadas (Editorial Bizâncio, Lisboa, 2015) e O todo ou o seu nada (Editorial Bizâncio, Lisboa, 2019). Em 2014, publicou na Editorial Bizâncio a recolha de ensaios Entre dois séculos – Viagem ao passado próximo.
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Vidas Bissextas
Entre a ficção do real e a realidade da ficção, este livro relata as peripécias terrenas de membros de uma confraria secreta que recusa aplicar à vida dos homens as regras astronómicas que corrigem a discrepância entre o ano de calendário e o tempo de translação da Terra em volta do Sol. São bissextos porque só aceitam a irregularidade da sucessão das eras.
Entre Aurélio de Lemos, melómano erudito e desertor contumaz, e Maria Sabina de Albuquerque, diseuse de poesia que cala uma paixão secreta pelo marido suicida de Cecília Meireles, não há convergências, mas há pontos de interseção. Fernando Ribeiro de Mello, editor falido, tentado por visões dignas de Santo Antão, acusado por Natália Correia dos desastres das vendas da poetisa, dialoga no Além com Wilhelm Furtwängler, maestro admirável, genial, extravagante e talvez indigno porque regeu a Berliner Philharmoniker até à morte de Hitler.
Luís Miguel Nava, que, qual D. Sebastião, quis apossar-se de Marrocos, e o Mariano que procura em Madrid o futuro do passado partilham, sem o saber, a mesma busca da fusão da memória e do desejo capaz de proteger o homem da insignificância. Teófilo, amador de arte, jornalista (acabaria monge budista), não entrevistou, como pretendia, Mark Rothko, mas conseguiu que Pierre Soulages descobrisse, numa noite passada em Monserrate nos braços de uma jovem camponesa de Sintra, o negro de Monserrate, o outre noir, o além-negro.
Entre Aurélio de Lemos, melómano erudito e desertor contumaz, e Maria Sabina de Albuquerque, diseuse de poesia que cala uma paixão secreta pelo marido suicida de Cecília Meireles, não há convergências, mas há pontos de interseção. Fernando Ribeiro de Mello, editor falido, tentado por visões dignas de Santo Antão, acusado por Natália Correia dos desastres das vendas da poetisa, dialoga no Além com Wilhelm Furtwängler, maestro admirável, genial, extravagante e talvez indigno porque regeu a Berliner Philharmoniker até à morte de Hitler.
Luís Miguel Nava, que, qual D. Sebastião, quis apossar-se de Marrocos, e o Mariano que procura em Madrid o futuro do passado partilham, sem o saber, a mesma busca da fusão da memória e do desejo capaz de proteger o homem da insignificância. Teófilo, amador de arte, jornalista (acabaria monge budista), não entrevistou, como pretendia, Mark Rothko, mas conseguiu que Pierre Soulages descobrisse, numa noite passada em Monserrate nos braços de uma jovem camponesa de Sintra, o negro de Monserrate, o outre noir, o além-negro.