Alan Pauls
Biografia
Crítico de cinema e professor universitário de
Teoria da Literatura, e trabalha atualmente como
jornalista em Radar, o suplemento dominical do
jornal Página/12, de Buenos Aires.
Publicou três livros de ficção: El pudor del
Pornógrafo, El coloquio e Wasabi, com traduções
em França e no Brasil, bem como ensaios sobre a
obra de Manuel Puig, de Lino Palacio, o clássico
do humor gráfico argentino, de Jorge Luis Borges
(El factor Borges) e sobre o diário como género
literário. O seu relato «El caso Berciani» faz parte
de Buenos Aires, a antologia da nova ficção
argentina compilada por Juan Forn.
O Passado foi o seu primeiro romance a ser
publicado em Portugal. Foi adaptado ao cinema
num filme de Hector Babenco, com Gael García
Bernal a desempenhar a personagem de Rímini.
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O Passado
Depois de treze anos de amor - de um desses amores absolutos que nascem
na adolescência, modelam o mundo à sua imagem e parecem condenados à
imortalidade -, Rímini e Sofía separam-se.
Para ele, que já ronda os trinta, tudo volta a ser novo e brilhante, como o pavimento de uma rua após um aguaceiro. Redescobre o desejo e - com a ajuda eficaz de algumas substâncias ilícitas - lança-se desenfreadamente a recuperar o tempo perdido. Mas a sua relação com Sofía não morreu, ou fez apenas o que faz o amor quando finge ter terminado: mudou de forma. E quando volta e o surpreende, emboscando-o num recanto escuro, o amor tem o rosto do pavor. Mulher-zumbi, espectro vingador, apaixonada insone, Sofía reaparece repetidamente no horizonte de Rímini para o reconquistar, martirizar ou salvar-lhe a vida, arvorando as bandeiras de uma paixão amorosa que não recua perante nada e tudo pretende controlar. Assim, Rímini, que com a separação tinha vislumbrado a possibilidade de um renascimento, afunda-se pouco a pouco num abismo de pesadelo ou de comédia, num inferno em que a chantagem sentimental, a traição e o crime são moeda corrente. Aos poucos, vai perdendo tudo: trabalho, saúde, novas relações e até um filho, e o seu calvário sofrerá uma viragem inesperada - talvez por ter atingido a perfeição - quando conhecer as Mulheres que Amam Demais, uma célula de terrorismo emocional que, liderada por Sofía, se reúne para conspirar num bar chamado Adela H.
Para ele, que já ronda os trinta, tudo volta a ser novo e brilhante, como o pavimento de uma rua após um aguaceiro. Redescobre o desejo e - com a ajuda eficaz de algumas substâncias ilícitas - lança-se desenfreadamente a recuperar o tempo perdido. Mas a sua relação com Sofía não morreu, ou fez apenas o que faz o amor quando finge ter terminado: mudou de forma. E quando volta e o surpreende, emboscando-o num recanto escuro, o amor tem o rosto do pavor. Mulher-zumbi, espectro vingador, apaixonada insone, Sofía reaparece repetidamente no horizonte de Rímini para o reconquistar, martirizar ou salvar-lhe a vida, arvorando as bandeiras de uma paixão amorosa que não recua perante nada e tudo pretende controlar. Assim, Rímini, que com a separação tinha vislumbrado a possibilidade de um renascimento, afunda-se pouco a pouco num abismo de pesadelo ou de comédia, num inferno em que a chantagem sentimental, a traição e o crime são moeda corrente. Aos poucos, vai perdendo tudo: trabalho, saúde, novas relações e até um filho, e o seu calvário sofrerá uma viragem inesperada - talvez por ter atingido a perfeição - quando conhecer as Mulheres que Amam Demais, uma célula de terrorismo emocional que, liderada por Sofía, se reúne para conspirar num bar chamado Adela H.