A. Ferreira
Biografia
Armindo Gregório Ferreira, JR. nasceu em Bissau e fez os estudos primários em Mindelo, S. Vicente; os secundários, repartiu-os entre o Liceu de Gil Eanes de S. Vicente e o Liceu Honório Barreto de Bissau. É engenheiro de minas pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa – Portugal e pós-graduado em Energia Geotérmica pelo International School of Geothermics de Pisa – Itália. Tem trabalhos publicados no quadro da sua formação e atividades, designadamente artigos de caráter técnico e de opinião em jornais e revistas. Publicou O Passaporte, A Cortina dos Milhões e, em coautoria com Ondina Ferreira, Inquietações em Crónicas Datadas. É atualmente Técnico Superior Principal, aposentado, do Laboratório de Engenharia de Cabo Verde.
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Mulheres de Pano Preto
Quando, pela primeira vez, me chegou às mãos este livro, na sua primeira edição, o título sugeriu-me logo uma densa atmosfera de luto a ensombrar a sociedade guineense. Desfilaram rostos difusos de mulheres em pranto pela morte de maridos, pais, irmãos, parentes, vítimas da repressão exercida pelos algozes do novo poder político instituído.
E depressa confirmei que se trata de uma obra de ficção focalizada nas circunstâncias que marcaram a vida do povo guineense na fase de transição para a sua independência política e na consolidação do respectivo processo institucional. Mas se o livro é isto, muito mais é do que um processo de efabulação recriando quadros de vidas desfeitas na encruzilhada do destino. É uma ficção que busca o lugar da história e, por isso, a diegese não se cinge a um tempo e a um espaço circunscrito, transpõe-se para onde é suposto estar a origem, a causa e o fundamento.
O autor constrói um pequeno universo social e, no seu seio e à sua volta, desenvolve, com arte e mestria, uma ficção que é polissémica nos seus envolventes e nas suas derivas. Assim, através de uma história bem engendrada de vidas ficcionadas, somos conduzidos às veredas e aos meandros da historiografia dos factos que antecederam a independência da Guiné-Bissau e marcaram os primeiros anos do assentamento do novo Estado, com os seus momentos auspiciosos e exaltantes, mas também nebulosos e inquietantes.
E depressa confirmei que se trata de uma obra de ficção focalizada nas circunstâncias que marcaram a vida do povo guineense na fase de transição para a sua independência política e na consolidação do respectivo processo institucional. Mas se o livro é isto, muito mais é do que um processo de efabulação recriando quadros de vidas desfeitas na encruzilhada do destino. É uma ficção que busca o lugar da história e, por isso, a diegese não se cinge a um tempo e a um espaço circunscrito, transpõe-se para onde é suposto estar a origem, a causa e o fundamento.
O autor constrói um pequeno universo social e, no seu seio e à sua volta, desenvolve, com arte e mestria, uma ficção que é polissémica nos seus envolventes e nas suas derivas. Assim, através de uma história bem engendrada de vidas ficcionadas, somos conduzidos às veredas e aos meandros da historiografia dos factos que antecederam a independência da Guiné-Bissau e marcaram os primeiros anos do assentamento do novo Estado, com os seus momentos auspiciosos e exaltantes, mas também nebulosos e inquietantes.