Virgínia

«[...] A última parte da antologia Virgínia - Saudade - surge como um grito silencioso onde a ausência da amada e a solidão avultam nos nove poemas que a constituem. Em todos eles a dor sofrida e surda do sujeito reclama a ausência da amada. Todos os poemas reflectem essa dor ora pautada pela mágoa amarga (Sonhar Contigo, Se e Ausência) ora filtrada pela crença de um reencontro (Espera e Encontro) que dá lugar à constatação real de uma ausência física cruel e dolorosa (Não há Alegria que nos Açoite e Teu Nome) ou revoltada (Vi teu Rosto e Por ti).
Segundo Mia Couto, «A saudade é uma tatuagem na alma: Só nos livramos dela perdendo um pedaço de nós.»
Esta colectânea poética de Gilberto Bandeira é a sua «tatuagem da alma» que o poeta partilha connosco. Pela coragem de expor a sua vulnerabilidade e dar voz aos que não o conseguem, a nossa gratidão.»

Do prefácio de Manuela Raínho