Sobre o livro
Ela pinta os lábios.
Penteia o cabelo.
Esconde os olhos por detrás de óculos escuros.
Deixa cair a navalha dentro da mala de mão e sorri…
«A princípio, ela pensou que não estava a compreender, que aquilo era tudo um equívoco terrível e sem sentido.
- Deve haver um engano, eu chamo-me Kate, Kate Myers, por favor…
Depois apercebeu-se de algo mais, o movimento do metal pelo ar, o som sibilante, a sua própria imagem reflectida nas lentes dos óculos escuros, o modo como levantou a mão para se defender, mas isso deve ter sido mais tarde, pois sentiu uma dor aguda no pulso e viu o sangue a escorrer. Depois o aço voltou a erguer-se no ar, as portas começaram a fechar-se, o elevador começou a subir, a mulher loura debateu-se e o aço voltou a brilhar…»