Um Futuro a Construir
de Francisco Pinto Balsemão e José Maria Neves
Grátis
Sobre o livro
Esta edição não seria diferenciada da maior parte dos livros políticos, ou melhor, sobre a política, se o seu perfil autoral não fosse duplo e se os autores não fossem Francisco Pinto Balsemão e José Maria Neves, personalidades de matrizes ideológicas diferentes e de experiências políticas diversas, mas que travam um diálogo inteligente sobre o ideário do civismo democrático que, de certa forma, converge-os.
Francisco Pinto Balsemão e José Maria Neves foram chefes do governo de Portugal e de Cabo Verde, respetivamente. Balsemão foi dirigente do PSD, de matriz ideológica liberal e social democrática, e Neves dirigente do PAICV, de matriz ideológica da esquerda democrática, partidos do arco da governação dos respetivos países. O primeiro, para além da política, tem forte atividade empresarial na área da comunicação social e o segundo dedica-se hoje ao ensino e termina um doutoramento em Políticas Públicas.
O livro é sobre duas personalidades que se encontram para conversar, antes de mais, sobre a premissa oblíqua do nosso ser político e nosso ser na política, diálogo que se extravasa por temas plurais e diversos, uns de interesse histórico, outros de atualidade política, como o do surgimento das sociedades em rede, através das redes sociais, que são novas formas de poder e de governança e de praticar a democracia, e as novas formas de legitimação e de representação políticas.
Esta conversa a dois, transcrita nesta edição, resulta em verdade do painel Democracia e Governança: Um Futuro a Construir, no quadro da IV Conferência da Fundação José Maria Neves para a Governança, realizada na cidade da Praia, em 2017. Diálogo que provocou muita expectativa na medida em que protagonizavam dois exegetas de questões fulcrais como a crise dos partidos políticos tradicionais, a ascensão do populismo, o desafio da imprensa perante as novas dinâmicas políticas, as políticas públicas para o fortalecimento das liberdades, da igualdade e de um desenvolvimento económico e social sustentáveis na atual conjuntura internacional e a própria questão da geopolítica, assim como aspetos da vida política tanto de Portugal como de Cabo Verde. Fazem-no em primeira pessoa e colocam-se como sujeitos de muitos dos aspetos contemporâneos que abordam.