Travessia por Imagem
de Manuel Rui
Sobre o livro
"Diz-me só a frase. Espera. Passa-me o bloco. Desta vez vou tomar nota. Diz."
"Como se fossem pétalas de um coração. É assim a frase mas eu entre parêntesis e sublinhado acrescentei lábios."
Zito dobrou a metade de folha do pequeno bloco e guardou-a na bolsa. Arrependia-se do beijo. A que propósito. Caridade? Nada. Mas deu a volta, retomou a situação, as lágrimas muito paralelas e não encontrou nem caridade nem compaixão ou algo semelhante. Teria sido instintivo ou por atração da maneira como Edna colocara a cabeça no braço dele, só isso, mais nada.
"Edna, desculpa mas nunca te deveria ter beijado a boca."
"Desculpe mas fico completamente esmagada pensando que o camarada imagina que eu possa utilizar esse beijo contra si. A que propósito se eu nunca serei contra si mesmo depois desta sua preocupação machista. Um beijo. Não vi nenhuma intenção. Por isso não sei porque se arrepende. Verdade que eu nunca mais vou esquecer esse beijo mas por ser sua camarada, amiga e admiradora e transformar desde já a frase para como se fossem pétalas de uma insónia."
"Mau gosto. Uma insónia não tem pétalas!"sua preocupação machista. Um beijo. Não vi nenhuma intenção. Por isso não sei porque se arrepende. Verdade que eu nunca mais vou esquecer esse beijo mas por ser sua camarada, amiga e admiradora e transformar desde já a frase para como se fossem pétalas de uma insónia." "Mau gosto. Uma insónia não tem pétalas!"sua preocupação machista. Um beijo. Não vi nenhuma intenção. Por isso não sei porque se arrepende. Verdade que eu nunca mais vou esquecer esse beijo mas por ser sua camarada, amiga e admiradora e transformar desde já a frase para como se fossem pétalas de uma insónia." "Mau gosto. Uma insónia não tem pétalas!"