Trancosã
de Luís Manuel de Sousa Pereira
Sobre o livro
Trancosã, romance que agora se dá à estampa, corresponderá a reminiscências da meninice, entre ribeiras, montes e aradas, palmilhando quilómetros para a escola da vida que levariam o autor a andarilho do mundo.
Da desertificação do interior Centro Norte de Portugal, urge resgatar hábitos e características de um tempo não totalmente diferente, mas cujo modus vivendi não perdura como soía.
As personagens desta história conduzem- -nos a um percurso que, centrando-se nas margens do rio Torto, afluente do Douro, se alonga às terras de França, pela emigração forçada; embarcando, concomitantemente, ao mar Atlântico, em direcção à garimpagem nas florestas do Brasil, até à dolorosa Guerra Colonial, em Angola.
Entre um emaranhado de vidas e sentimentos, cruzam-se utopias e perspectivas economico-sociais, sincronicamente balizadas entre 1959 - 1980.
Se tivéssemos que particularizar um aspecto da narrativa, esse seria o da problemática da emancipação da Mulher. O do feminino, nas suas vicissitudes, com particular incidência sobre a condição de mãe solteira, sobremodo ante o imperativo dramático da interrupção voluntária de uma gravidez.
Daí a focagem de três mulheres, simbolicamente, extensível às demais.