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Sobre o livro
Londres, final do século XIX: um misterioso homem que desafia a polícia metropolitana; um advogado em busca de desvendar a real identidade criminoso. O clima sombrio da capital inglesa contorna a história e dá o tom de mistério, pois mesmo durante o dia, a névoa deixa a cidade escura, transformando os seus habitantes em vultos fantasmagóricos.
Escrito em 1886, o contexto histórico do país também é transcrito na trama: o crescente progresso nas pesquisas e nos experimentos científicos, o contraste económico, o centro urbano em estado de caos, a poluição e o aumento da criminalidade.
A questão de todos terem em si o Bem, cristalizado em condutas corretas e morais, e o Mal, quando as convenções sociais são abstraídas e os atos condenáveis são cometidos, é um tema atual e aplicável em diversos setores da vida, sendo um dos motivos que torna O Médico e o Monstro um dos clássicos imortais da literatura.
A atmosfera de suspense é trabalhada extremamente bem e o leitor percebe o tempo todo a escuridão por detrás da história. Afinal, quantas e quantas vezes não temos que lidar com as tantas facetas obscuras daqueles com quem convivemos?
Um clássico. Um dos clássicos mais conhecidos. E só lamento não o ter lido sem conhecer já a história. O que mais apreciei foi o facto da leitura ser completamente fluída, sem qualquer maneirismo na escrita e, acima de tudo, a capacidade de me prender à leitura, mesmo já eu conhecendo a história.
Dentro de um mesmo personagem coexistem altos valores morais com um ânsia perversa de obter prazer. Este personagem chega à conclusão de que duas pessoas, até mais do que duas, coexistem em todo o ser humano. E ele pretende, nele próprio, separá-las para que cada uma faça aquilo que pretende sem a coerção e o sentimento de culpa que acontece quando ambas se encontram unidas. O personagem em causa é um médico e elabora então uma droga que desperta nele os seus piores instintos que estavam “amarrados” pelo seu outro “eu” de altos valores morais...