O Mar, A Mãe
de Marie Darrieussecq
Sobre o livro
Um dia, ela decide abandonar tudo. A rotina, a vida sem sonhos nem surpresas, até mesmo a paisagem, que a limita e sufoca. "Ela" é uma jovem mulher e, nesse dia (como em todos os dias), quando vai buscar a filha a casa da avó, decide não regressar. Parte então rumo ao Sul, ao mar, à evasão, à liberdade perdida. Num cenário suspenso entre a fantasia e a realidade, mãe e filha permanecem num acto de pura contemplação. O mar, objecto da devoção, assume-se então como personagem principal. São dele as variações de humor, de tonalidade, de matiz... Temperamental, apaixonado, sereno, carinhoso, melancólico, o mar é a paisagem surpreendente, a impressão que perdura e, afinal, o centro e a força motriz de toda a acção.
A Mãe, O Mar pode ser considerado como o "negativo" do romance anterior da autora, O Nascimento dos Fantasmas, no qual um marido desaparece quando vai comprar pão. Se nesse texto a descrição se ocupa das emoções da mulher face a essa ausência inesperada, no presente livro é o próprio desaparecimento que invade todos os limites da narrativa, consagrando-se como figura de primeiro plano.