Sobre o livro
Portugal e a Europa, na sua história e no seu presente, são inseparáveis do catolicismo.
A Europa precisa de uma nova evangelização, com a cultura como fim e como meio, uma evangelização libertadora e promotora da justiça, uma pedagogia cultural e social dentro de uma ecologia integral. Para que tal aconteça, impõe-se a liberdade e a autonomia da Igreja e a sua separação do Estado. A intervenção da Igreja na sociedade não tem que ser confessionalizada, mas tão só orientada pelo bem comum. a modernidade da autonomia do Estado perante a religião é devedora da matriz cristã.
São estes alguns dos caminhos dos textos selecionados para esta obra, que reflete sobre a forma como o catolicismo marcou a identidade cultural portuguesa e europeia, tal como o catolicismo foi marcado por Portugal e pela Europa.
D. Manuel Clemente procura compreender a recomposição do catolicismo na sociedade contemporânea, por via do movimento católico do século XIX e XX, sobretudo a formação do laicado na Igreja. Analisa a relação entre a Igreja e a sociedade, no liberalismo e no republicanismo, para saber como é que os cristãos influenciam a sociedade, como é que a ordem espiritual interfere na ordem política.
D. Manuel Clemente é historiador de formação e dele se pode dizer, com propriedade, que entende «o presente como história».
«Se escrever história é narrar a história, podemos ler na obra de D. Manuel uma figuração do excesso e do fascínio por esse excesso que Portugal é. […] Estudar o acontecimento que Portugal é tem sido a vocação secular de D. Manuel Clemente, que a concilia com a sua missão de pastor da Igreja de Lisboa.»
in Prefácio de Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa