Miguel Alberto António, (Beto Tudissanga), filho de Alberto António e de Lourença, nascido em Angola, província de Malanje, aos 25 de Fevereiro de 1945.
Por contingências impostas pela própria vida, Beto Tudissanga não estudou até aos dezasseis anos de idade.
Aos vinte anos, faz exame extraordinário da quarta, e logo a seguir, no mesmo ano, faz o exame do primeiro ciclo, segundo ano do liceu, e aos vinte três, terminava o quinto ano e é mobilizado para o exército colonial português tendo sido castigado como compelido e refractário por ter ingressado tarde nas fileiras do exército. Assim, perde o direito de frequentar o curso de oficiais milicianos, tais como muitos outros angolanos, que também já possuiam habilitações que lhes daria acesso a frequentar o curso de oficiais ficando todos colocados no contingente geral como soldados, onde alguns deles, como Beto Tudissanga, receberam divisas de cabo e porque para os colonialistas, quanto menos angolanos fossem apurados para o curso de oficiais, quanto maior valia era para eles. Adianta que a tropa ajudou-lhe a fazer o sétimo ano aproveitando os períodos de exames que eram reservados aos militares e doentes, as segundas e terceiras chamadas e ainda havia segunda época, durante o ano lectivo.
O militar durante o ano podia fazer vários exames. Terminado o sétimo ano dos liceus com a esperança de ver introduzidos na Universidade de Luanda, os cursos de direito e de económicas e financeiras; pois qualquer um desses cursos era a sua opção; tal não aconteceu, enveredando para um curso de agente técnico de engenharia civil, iniciada na tropa que durou dois anos e meio no ISCA (Instituto dos Serviços Cadastrais de Angola), Instituto que existia em Angola, no tempo colonial.
Terminada a tropa em 1971 por ter beneficiado de uma licença registada por ser na altura, o único amparo de duas irmãs viúvas de guerra com filhos, passando para vida civil, emprega-se na SICAL, empresa vocacionada na construção de pontes e estruturas metálicas.
Com a independência de Angola, através de um decreto do Presidente da República, foi submetido na universidade de Luanda, com outros colegas, à um teste de avaliação, cuja matéria era nuclearmente baseada no Regulamento Geral das Edificações Urbanas (REGEU), aprovado em 1948, incluindo cálculos de betão alvenarias e redes técnicas que durou cerca de 20 dias tendo sido aprovado e elevado à bacharel passando à técnico superior. E porque esse Decreto visava minimizar a fuga massiva dos técnicos portugueses e angolanos que emigravam do país, fugidos da reação armada que eclodiu por causa da proclamação da independência de Angola em Luanda pelo MPLA e que se vislumbrava uma guerra de continuidade que assim aconteceu, tendo durado vinte sete anos.
(Beto Tudissanga é membro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra; é membro da União Nacional dos Artistas e Compositores sendo detentor de uma carteira profissional de música, passada pela UNAC e membro da SOCIEDADE ANGOLANA de DIREITOS de AUTOR (SADIA); Beto Tudissanga escreve para vários jornais da capital de Angola (Luanda) entre poesias, artigos e crónicas com maior incidência no Jornal estatal de Angola; escrevia também para a revista dominical da Igreja Metodista Unida, onde desempenhou a função de Presidente da Comissão de Construção e Secretário para a informação da Sociedade dos Homens; foi também Presidente de Conselho de Administração e Director Geral da ORTUL, empresa de construção civil criada por alguns membros do partido no poder;
Beto Tudissanga fazia com as suas poesias, abertura solene dos actos do partido no poder; é ainda o autor do artigo O Terrorista inserido na internet e bastando acessar o Facebook, na página de Beto Tudissanga para ser encontrado.
Existe no google discos de Beto Tudissanga que estão sendo pirateados no Brasil.(...)