Sobre o livro
As primeiras sensações, os primeiros jogos, as primeiras recordações, os livros, as férias, o primeiro amor de criança, o primeiro idílio de adolescente, os primeiros poemas são neste livro uma evocação extraordinariamente viva, precisa e subtil, uma evocação com a beleza de um poema em prosa.
Depois é o exílio na Europa, desde 1919 até 1940, quando embarca para os Estados Unidos para proteger da perseguição a mulher, Vera, de ascendência judaica. Com humor, evoca os três anos de estudante em Cambridge, a sua vida em Berlim e em Paris, a atitude do espírito dos intelectuais russos emigrados.
Na Outra Margem da Memória tem sido considerado pela crítica uma obra de uma qualidade literária excepcional: uma construção perfeita, uma prosa simultaneamente precisa e rica, um humor constante.
John Updike
"(...) Gostava de Nabokov não só porque a sua escrita era literária, não só porque se identificava com os poetas e com os exilados deste mundo, mas porque Nabokov pensava que a arte era mais importante do que a política, mais importante mesmo do que a própria vida."
Erica Jong
"Com o correr dos anos, a minha admiração por Nabokov não deixou de aumentar. A sua polémica com o "charlatanismo freudiano" (a actualidade encarregou-se de lhe dar razão); a sua obsessão pelas borboletas como imagem do desejo inútil, a obstinação em situar as suas narrativas fora do tempo, num luxo permanente e paradoxal, são provas de um grande carácter, lúcido e jovial."
Philippe Sollers
Expresso