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Sobre o livro
O dia-a-dia, no emprego e fora dele (por exemplo nas conversas com as amigas) e, sobretudo as reflexões da protagonista, contadas na primeira pessoa, sobre os homens e o seu "estranho" comportamento, ações, atitudes e linguagem. Resta acrescentar que a narradora é diretora financeira de uma grande empresa multinacional, cargo habitualmente vedado às mulheres.
Esta executiva é uma mulher altamente independente, segura das suas convicções, dotada de uma enorme e pragmática experiência de vida, que contudo nunca vê o chamado "sexo forte" como um inimigo mas como um tema de reflexão e de uma perspicaz observação, tudo embalado de uma corrosiva e bem disposta ironia.
Bem sei que o facto de ser uma mulher atraente - constato-o, diariamente, nos olhares dos homens - faz com que pululem, na empresa, os mais variados rumores de que teria conseguido o lugar de directora financeira depois de "dormir" com a maior parte dos "bosses", algo de profundamente falso. Isto porque não há nada que mais assuste os machos do que uma mulher inteligente num cargo de poder, habituados, como estão, a partir para qualquer situação como potenciais vencedores. Mas, uma vez aqui chegada, não me é permitido dormir sobre os louros acumulados, visto que o mais pequeno erro nunca me será perdoado, sendo ainda motivo para comentários de chacota, ou, o que é pior, de uma piedosa comiseração, tis como "coitada, é mulher, que outra coisa se poderia esperar..."
Comandar um departamento, em que os homens se encontram em maioria, não é tarefa fácil, visto que tenho de, diariamente, vencer o machismo dominante. Mas são, sobretudo, as mulheres, profundamente colonizadas por tais preconceitos ou acomodadas ao seu estatuto de género "inferior e subsidiário", que têm oferecido a maior resistência, tecendo sobre mim os mais fantasiosos e abjectos comentários...