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Sobre o livro
Mau Tempo no Canal conta a história de uma rapariga, Margarida Clark Dulmo, que anda pelos seus 20 anos e vive na ilha do Faial, Açores, no início do século XX.
Margarida, que pertence a uma das mais respeitáveis famílias luso-britânicas das ilhas, está destinada a casar com André Barreto, jovem herdeiro de outra família, esta da ilha de São Jorge.
Entretanto surge pelo meio um flirt entre Margarida e João Garcia, jovem pertencente à família dos Garcias, rival e inimiga da família Clark Dulmo, a que Margarida pertence. Mas aquilo que parece ir desenvolver-se como uma nova versão da história de Romeu e Julieta faz uma inversão de marcha e prossegue de modo menos romântico, de acordo com os brandos costumes da terra açoriana.
Mau Tempo no Canal que o autor conclui no ano de 1944, representa um retrato da sociedade açoriana, com a presença de todos os seus estratos sociais. Está rodeado de personagens extraordinárias, nas quais se destaca o criado Manuel Barra e muitos outros, todos os outros.
Mas o maior destaque vai para Margarida, que figura a justo título na galeria das grandes figuras femininas da ficção portuguesa, ao lado da Madalena de Frei Luís de Sousa, da Teresa de Amor de Perdição, de Luísa de O Primo Basílio, da Mulher do Médico do Ensaio sobre a Cegueira.
Neste romance, Vitorino Nemésio caracteriza a sociedade açoriana do século XXI, revelando personagens psicologicamente estudadas: umas românticas, outras realista; amores inspiradores: uns ao estilo de Almeida Garrett; outros ao estilo de Dante. Com uma escrita muito semelhante à de Eça de Queirós, este é um romance que fará qualquer leitor render-se às paisagens e personagens açorianas aqui maravilhosamente representadas.