Linhas de Água
de Maria do Céu Pires
Grátis
Sobre o livro
«Quando lemos o pequeno texto poético da Maria do Céu ouvimos e experimentamos a fragância da água, da maresia, do vento e da poeira, da geada que crestou os rostos, da respiração da serra, dos salgueiros e das margens, da mesma rola que Eugénio de Andrade ouviu em Estremoz, do carreiro das formigas, da força do rio, da aragem e do cantar dos grilos, dos pinhais e do cheiro a resina, das estevas e dos sargaços, do pão de trigo, dos homens e dos bichos, do dito daquele que disse: esta serra é um mar de água.»
L. P. (do Prefácio)
Sempre o sol aquecerá a pedra / e na substância de todos os invernos / choverá / a tristeza dos pássaros. // Um barco de papel / navegará entre salgueiros / nas margens / do rio da minha aldeia / que não é o Tejo… / é o que corre, devagar, / na orla da tua pele. // Por isso, sei que me encontrarás, / virás coberto com o cheiro das violetas / serás, em mim, / canto de cotovia / nas manhãs de maio.