Iniciação à Memória
de Manuel Afonso Costa
Sobre o livro
Nesta primeira obra do autor, surpreendentemente poderosa, profunda e sob determinada consciência literária, inquietante, a iniciação à memória rebusca nela própria os caminhos do amor, do sexo, da esperança, da utopia, da desilusão, do sofrimento e da morte. Centrando esta iniciação nos trabalhos da memória, o autor chama porém a atenção para a memória que corrompe, distorce, degrada e até falsifica os acontecimentos que a enformam, mas que são, no entanto, ontologicamente substanciais e por isso ficam como grude viscoso, agarrados à consciência do autor. No fundo, talvez tudo se resuma, parafraseando Raymond Carver, a interrogarmo-nos de que é que nos lembramos quando nos lembramos de qualquer coisa? Ou, mutatis mutandis, de que é que nos lembramos, quando já não nos lembramos de coisa nenhuma?