Infinitos Céus, Pássaros Soltos
de Maria Adelaide Calado
Sobre o livro
A fé do homem desligado da cultura é a fé do homem erudito. A essência é a mesma: acreditar no que se não vê; assumir o mistério.
Com o amor passa-se algo de semelhante: ninguém sabe dizer o que é o amor / ninguém lhe sabe a forma nem a cor. Sabe-se, é que quando essa força inextinguível toca duas almas, os seres por ela tocados não serão talvez capazes de definir o lugar ou precisar a circunstância em que tal maravilha ocorreu. A troca do primeiro olhar, essa, jamais a esquecerão.
"O sonho comanda a vida"? "Que sempre que um homem sonha / o mundo pula e avança"?
Eu direi que sim.
Porém, permita-me o Poeta que acrescente: é sonho constante o amor. "Eles não sabem nem sonham" que, por amor, faremos avançar o mundo.
Espero que, tanto ao homem do chão da terra como ao da elevada ciência, agrade o que escrevi na infinitude dos céus:
Sonhei então que nunca mais te via
Mas logo p’la manhã bem acordada
Veio desmentir o sonho a Poesia
E aí estás tu presente em corpo inteiro
No poema não cabe a fantasia
No verso é que o amor é verdadeiro