Grátis
Sobre o livro
Análise intertextual do poema-montagem Húmus (1967), de Herberto Helder, no qual o autor re-escreve o romance homónimo de Raul Brandão (1917), fazendo dele o seu húmus textual, onde morte e vida, passado e presente, se misturam. Introduzem-se para isso conceitos teóricos que explicam esta modalidade discursiva, tais como re-leitura, intertextualidade, metalinguagem e paródia, dando especial importância à leitura do poema enquanto acto comunicativo: escrita e leitura, produção e recepção da obra literária, estes alguns dos pólos que a separação entre o poético e o estético manifestam. Estuda-se ainda Raul Brandão e o seu contexto literário, particularmente no que diz respeito à simbologia de Húmus, bem como os testemunhos críticos que constituem a poética de Herberto Helder, legados em prefácios e posfácios a obras suas ou de outros poetas. Uma leitura da simbologia que, atravessando toda a obra do poeta, partilha de redes de significação identificadas no Húmus de Brandão também é apresentada, seguindo-se uma leitura do poema de Helder de acordo com uma classificação operacional de algumas transformações operadas por Helder no texto de Brandão. Da leitura comparativa de ambos os textos resulta ainda a desmontagem da montagem de Helder: os 380 versos do poema, seguidos do excerto respectivo do romance, bem como uma versão combinatória estão disponíveis em formato digital, em CD-ROM anexo à obra.