Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes
de Mathias Énard; Tradução: Pedro Tamen
Grátis
Sobre o livro
13 de Maio de 1506: ao desembarcar em Constantinopla a, Miguel Ângelo sabe que enfrenta o poderio e a cólera de Júlio II, papa guerreiro e mau pagador, para quem deixou preparada a edificação de um túmulo em Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão Bayazid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe propõe a concepção de uma ponte sobre o Corno de Ouro?
Assim começa este romance, todo ele feito de alusões históricas, que se serve de um facto concreto para expor os mistérios daquela viagem.
Perturbante como o encontro do homem do Renascimento com as belezas do mundo otomano, exato e cinzelado como uma peça de ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um gesto inacabado para a outra margem da civilização.
É que, através da crónica dessas poucas semanas da História, Mathias Énard esboça uma geografia política cujas hesitações ainda hoje, passados cinco séculos, são igualmente sensíveis.
José Mário Silva, Expresso
Énard é um prosador de uma poética brilhante. Esta pequena história, é uma pérola da literatura contemporânea, de uma beleza literária mas ao mesmo tempo de uma fluidez de escrita que impressiona. A edição portuguesa conta com esse pequeno extra de ter como tradutor Pedro Tamen (creio não precisar de mais comentários). Partindo de um episódio de amuo e desaparecimento real do génio Miguel Angelo, o autor monta uma história cheia de plausibilidade bem como de imaginação. Um hino ao que de melhor a literatura tem, uma obra a não perder.