Direito à cidade
Reflexão em torno da incidência do termo mistura social nas políticas habitacionais e urbanas portuguesas
de Ana Almeida e Marluci Menezes
Sobre o livro
No âmbito de um estudo internacional designado La mixité sociale: une référence
européenne partagée? - desenvolvido em Portugal pelo Núcleo de Ecologia Social do
LNEC, conforme solicitação do Centre de Recherche sur l'Espace, les Transports,
l'Environmement et les Institutions Locales (C.R.E.T.E.I.L.), da Université Paris XII -,
em que se analisa a incidência da noção de mistura social nas políticas do habitat em
quatro países da Europa (França, Alemanha, Espanha e Portugal), propõe-se aqui
reflectir sobre alguns dos resultados da análise já efectuada relativamente ao contexto
português. Em termos da aplicabilidade da noção mistura social nas políticas
habitacionais e práticas de intervenção, pretende-se relacionar algumas
características da situação francesa - identificando os seus principais impactes e
contradições - com o contexto português. Nesse sentido, identificam-se:
- Os conceitos e critérios que, no caso português, mais se aproximam do termo
mistura social (e termos equivalentes ou associados, como por exemplo: luta
contra a exclusão, diversidade social e étnica, segregação espacial, equilíbrio da
população, equilíbrio social, reagrupamento de imigrantes, reagrupamentos
étnicos ou identitários, gueto);
- As diferenças e especificidades, entretanto, detectadas ao nível do contexto
nacional.
Em termos da continuidade da pesquisa, perspectivam-se também alguns dos eixos
conceptuais que parecem, a priori, orientar as políticas públicas do habitat e do
urbanismo em Portugal. A análise a que nos reportamos refere-se à consulta em
textos relacionados com as políticas do habitat e do urbanismo, bem como em textos
sobre a segregação e exclusão (sobretudo social e étnica).