Dicionário Do Folclore Brasileiro (12.ª Ed.)
de Luis da Câmara Cascudo
Sobre o livro
Obra sem similar em língua portuguesa, e talvez em todas as outras línguas, o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, reaparece em nova edição, revista, atualizada. A mitologia conta que em luta com Hércules, Anteu, filho da Terra, cada vez que tocava o chão renovava as forças, como se ganhasse uma nova vida. À semelhança do gigante grego, o dicionário de Cascudo renova a sua importância, cada vez que reaparece nas livrarias.|Espécie de súmula de mais de quarenta anos de estudo e pesquisa apaixonada do folclore e da etnografia brasileira, a obra é também uma síntese viva e palpitante, através de milhares de verbetes, das superstições, crendices, mitos, danças, lendas, práticas mágicas adotadas e vividas pelo povo brasileiro em seu cotidiano.|Aliás, é isso e muito mais do que isso. Registra, por exemplo, locais de devoção popular, como Bom Jesus da Lapa, na Bahia, Aparecida e Bom Jesus de Pirapora, em São Paulo, formas de trabalho cooperativo (mutirão), movimentos de rebeldia popular, como o cangaço, informa sobre os cangaceiros mais famosos, aqueles que deixaram um rastro de fama e de sangue na alma popular (Cabeleira, Lampião) e, por contraste e complemento, os santos preferidos pela devoção popular: São Jorge, Lázaro, José, João, Pedro, Gonçalo, Antônio e seu duplo, muito venerado pelos escravos, Santo Antônio Preto.|Pode-se afirmar que não há ocorrência de caráter folclórico ou etnográfico que não esteja registrado em seu devido verbete, sempre enriquecido com bibliografia indispensável ao aprofundamento do assunto.|Mais do que um dicionário, a obra de Cascudo é uma introdução à cultura viva do povo brasileiro que, graças à cooperação de estudiosos, se amplia e enriquece a cada edição. Como dizia a Bíblia, escrever livros (sobretudo dicionários) é uma tarefa sem fim.