Coração Rendilhado
de Maria José Moura de Castro; Ilustração: Marisa Silva
Sobre o livro
«Explorando a metáfora do coração rendilhado e dela partindo, a narrativa de Maria José Moura de Castro procurou, e creio que o conseguiu, associar a personalidade retratada e a sua arte ao entrelaçado de uns fios dourados, manipulados com minucioso amor, como refere a pequena ode que serve de abertura e mote ao livro. A própria tessitura textual se deixa, talvez por isso ou por outras razões, imbuir desta dimensão afetiva que pretende, no fim de contas, evidenciar o trabalho do ourives como, precisamente, um trabalho amoroso. A escrita, com a adjetivação valorativa, o uso do termo anglo-saxónico e o registo hiperbólico como traços de estilo, é fluente, sem se querer soltar do registo da reportagem biográfica com elementos ficcionais. A opção afigura-se ajustada ao principal propósito da obra, que aliás não esconde uma certa pedagogia: erguer um herói como exemplo de trabalho, imaginação e dedicação, tanto a uma causa (a sua causa artesanal/artística) como à própria terra natal. O que, de certo modo, acaba por o afirmar como exemplo humano de validade universal e não apenas local.»
José António Gomes [Prefácio]