Casas Portuguesas
de Raul Lino
Sobre o livro
Nem a americanização dos costumes, nem as tendências colectivistas de novas organizações conseguiram ainda debelar o anseio natural e instintivo no Homem de possuir habitação própria e independente para si ou para a sua família. Pode ser muito bela a vida em comunidade, útil, ou conveniente, o aquartelamento ou a habitação colectiva quer seja à sombra da cruz ou da espada, quer à da foice e do martelo ou à de uma simples moeda de oiro; não serve este viver, porém, a todo o mundo, e se há quem julgue que o desaparecimento do Indivíduo significaria um processo, estamos por enquanto longe da época em que toda a gente se haja transformado no homem-abelha que prefere para sua habitação o alvéolo de qualquer casa-colmeia. Que virá a ser a casa de amanhã?