Africana Studia N.º 31

No início da década de 1990, o fim da Guerra Fria e a baixa das matérias primas trouxeram uma nova ordem política aos estados africanos. Ao descontentamento acumulado das massas juntava-se agora a maior pressão dos credores externos, em geral as antigas metrópoles que recuperavam influencia. Desses fatores resultou o fim do regime do partido único e uma vaga de eleições multipartidárias.

Contudo, quase 30 anos depois, que impacto tiveram essas eleições? Do Mediterrâneo à Africa Austral, poucos regimes mudaram e nos nossos dias muitos presidentes africanos se preparam para entrar de frente em mandatos extra-constitucionais, referendados. Isto porque em geral, os processos eleitorais funcionaram a seu favor, fazendo-os adquirir uma nova legitimidade externa. Há, apesar de tudo, grandes diferenças à escala do continente.

Este número da Africana Studia pretende abordar o tema do significado politico das eleições em Africa e mostrar algumas variantes regionais. Em suma, contribuir para esclarecer um processo mal estudado mas que sustenta as relações Europa-Africa.