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Sobre o livro
Se a Entrevista, no âmbito do nosso trabalho merece uma atenção particular, está de tal forma ligada a uma habilidade social treinada, desde sempre, e tão arreigada nos nossos costumes e na nossa possibilidade de relação com os outros que, fatalmente, se deixa contaminar pelos procedimentos e maneirismos adquiridos ao longo de toda a vida em que sempre conversámos com muita gente.
Entrevistar não deve ser conversar, ainda que pareça ser, ainda que os melhores entrevistadores sejam exactamente os que não deixam transparecer na postura, na voz, na forma e no conteúdo do que vai sendo dito que o que se está a fazer é trabalho. Um trabalho difícil que requer competências técnicas e também, e sobretudo no nosso caso, competências teóricas.
O conceito de entrevista, impresso no senso comum enquanto formato quotidiano de interacção social, ganha nas ciências sociais e humanas um valor particular já que se transforma num instrumento de recolha de informação.
Em alguns saberes, disciplinar e profissionalmente organizados, como é o caso da psicologia, a importância primordial da entrevista reside, no entanto, muito para lá da recolha de informação. De facto, em Psicologia, a entrevista é, também, um método de avaliação e diagnóstico e o momento do estabelecimento de uma relação, eventualmente em direcção a abordagens psicoterapêuticas.