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Sobre o livro
Neste livro, o arquitecto Manuel Graça Dias reúne 30 textos da sua colaboração no Expresso entre 2001 e 2004, onde escreve sobre arquitectura. Todos eles têm como ponto de partida exemplos da boa arquitectura portuguesa recente, que dá a conhecer (ou nos permite reconhecer). Obras de arquitectos como Álvaro Siza, Manuel Vicente, Souto Moura, João Álvaro Rocha, João Mendes Ribeiro, João Luís Carrilho da Graça, entre outros.
Helena Vasconcelos, Os Meus Livros, Fevereiro de 2005
Jorge Figueira, Público
«Segui quase sempre o mesmo método: visitar [sempre que possível acompanhado pelo(s) autor(es)] a obra, o espaço construído; andar por lá, deixar-me levar, seguindo sugestões que me iam fazendo ou que eu entendia propor.
Perguntas ligeiras acertavam a minha percepção; bisbilhotar; olhar por trás, por dentro, as caixas construídas; perguntar à flor da pele, mais por paixão do que por curiosidade racional.
Mais tarde analisava os desenhos reduzidos que me faziam chegar. Compreendia às vezes, só então, as razões geométricas que nos tinham conduzido os passos. Se fosse preciso, pelo telefone, unia bocados do puzzle, concluía impressões, raciocínios.
Depois escrevia. Numa "primeira parte", ganhava espaço e embalagem, situando o problema num todo mais vasto, mais largo, cada projecto parecendo-me sempre caber num dos muitos temas que atravessam a cidade contemporânea: desenvolvia alguns conceitos, apontava mitos, tentava baralhar ideias feitas. Depois, procurava descrever, no essencial, a obra que visitara [e, então, o alívio do texto quase cumprido, do ultrapassado que nos envolve de segurança e permite avançar de frente à procura do remate, da merecida conclusão].»
«Segui quase sempre o mesmo método: visitar [sempre que possível acompanhado pelo(s) autor(es)] a obra, o espaço construído; andar por lá, deixar-me levar, seguindo sugestões que me iam fazendo ou que eu entendia propor.
Perguntas ligeiras acertavam a minha percepção; bisbilhotar; olhar por trás, por dentro, as caixas construídas; perguntar à flor da pele, mais por paixão do que por curiosidade racional.
Mais tarde analisava os desenhos reduzidos que me faziam chegar. Compreendia às vezes, só então, as razões geométricas que nos tinham conduzido os passos. Se fosse preciso, pelo telefone, unia bocados do puzzle, concluía impressões, raciocínios.
Depois escrevia. Numa "primeira parte", ganhava espaço e embalagem, situando o problema num todo mais vasto, mais largo, cada projecto parecendo-me sempre caber num dos muitos temas que atravessam a cidade contemporânea: desenvolvia alguns conceitos, apontava mitos, tentava baralhar ideias feitas. Depois, procurava descrever, no essencial, a obra que visitara [e, então, o alívio do texto quase cumprido, do ultrapassado que nos envolve de segurança e permite avançar de frente à procura do remate, da merecida conclusão].»