O Homem Que Escrevia Azulejos
de Álvaro Laborinho Lúcio
Grátis
Sobre o livro
A Cidade e a Montanha vigiam-se mutuamente, num jogo de espelhos e de contrários, numa geometria de centros e periferias, num enredo de poderes e de ocultações, onde muitas são as maneiras de viver a clandestinidade e muitas são as clandestinidades: escondidas, distantes; umas, vividas; outras, à vista de todos. Dois homens, Marcel e Norberto, atravessam, juntos, todo o tempo de uma vida. Escolheram, para viver, a ficção, e é nela que são clandestinos. Com eles vêm encontrar-se João Francisco e Otília. Ele, violinista e professor de música, ela, a sua jovem neta, ambos na busca incessante do sublime, também eles recusados pela realidade. Um homem que escrevia azulejos - que reencontrou a utopia e gostava da sátira - reparou neles e pintou-os com palavras.
O Homem Que Escrevia Azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio, debate e ilumina-se das grandes ideias da modernidade, enquanto observa, não sem algum detalhe pícaro, a falência das sociedades em que vivemos. Um romance culto e empenhado sobre o poder, e o poder redentor da arte e do amor.
Recomendo a todos os leitores que apreciam crítica social. Estamos perante uma narrativa que dá enfoque à importância do pensamento crítico, à expressão do nosso pensamento sobre o mundo e a vida. O assumido gosto de pensar do narrador tem como base o desenvolvimento do humanismo. As personagens principais partem para a clandestinidade, lugar ocultado em cada e onde é ainda possível viver. Tudo converge para dar sentido à trama. Romance fecundo e exuberante, constituído por 45 textos breves e claros. A palavra é precisa, certeira. Citando o escritor: “Qual a palavra que não foi dita?”.