Gian Noveli Hilas
Biografia
Meu nome de batismo é Helio Domingos Salvagnin e meu nascimento foi no dia 14 de outubro de 1934; portanto em 2014, terei vivido 80 anos.
Avós paternos são de origem italiana –Cavarzere, perto de Veneza –e, pelo lado de minha mãe, meu avô era de Varsóvia e minha avó era ucraniana. Portanto sou o resultado do encontro e união de pessoas nascidas quase nos extremos da Europa.
Fiz meu curso primário em escola de padres jesuítas, onde disciplina era aceita sem contestações no tempo em que professoras podiam dar reguadas e puxar orelhas, mas sabiam ensinar; e como sabiam! Era uma escola bem próxima ao Museu do Ipiranga em São Paulo, capital, fundada pelo padre Guido Del Toro especificamente para imigrantes japoneses e seus descendentes. Na época de meu curso (1942 no primeiro ano) eu era o único aluno com traços europeus no meio de centenas de japoneses e nisseis. Era o tempo da 2ª Grande Guerra em curso, logo, eu era o "inimigo". Não sabiam que italianos faziam parte do "Eixo" com Alemanha e Japão.
Ginásio e colegial foram frequentados em escola pública quando ainda, felizmente, professores eram catedráticos concursados. No Colégio Estadual Alexandre de Gusmão, fiz o ginásio e o colegial/científico no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. (Naquela época alunos optavam por preparo mais especializado: "científico" para engenharia, medicina e biologia e o "clássico" para letras, direito, ciências sociais, etc.)
Não fiz curso superior. Quando acabei o colegial e me preparava para o vestibular meu pai ficou muito doente e eu, como filho mais velho, optei por trabalhar. Fui aprovado em concurso no Banco do Brasil. Meu pai morreu no ano seguinte. Passei 32 anos em profissão que nada tinha a ver com minha índole.
Em 1965 casei-me com Paula Maria, minha bela esposa, com a qual construí minha vida, e com ela tive três filho. Felizmente ela é ainda minha esposa, companheira, confidente, a pessoa certa para minha caminhada neste mundo.
Fiz parte durante muitos anos do Iris Foto Grupo, na cidade de São Carlos-SP, para a qual me mudei em 1973. Algumas de minhas fotografias foram premiadas. Hoje, ainda tenho dúvidas sobre qual arte, literatura ou fotografia, deveria expressar e compartilhar minha emoção.
Olhem em meu livro um mosaico um pouco rarefeito, no qual os elementos são minhas poesias, dispersos registros de um diário e um pouco de meu pensamento em resposta a perguntas. Formam um "Retrato Inacabado" ao qual joguei agora alguma tinta a mais. Talvez sejam rabiscos naquela parte do quadro onde muito custei a assinar.
br/> Sobre o nome do autor: não encontro motivos desbalanceados para a escolha do anagrama na autoria do livro. Talvez por parecer a mim mais eufônico o pseudônimo.
Avós paternos são de origem italiana –Cavarzere, perto de Veneza –e, pelo lado de minha mãe, meu avô era de Varsóvia e minha avó era ucraniana. Portanto sou o resultado do encontro e união de pessoas nascidas quase nos extremos da Europa.
Fiz meu curso primário em escola de padres jesuítas, onde disciplina era aceita sem contestações no tempo em que professoras podiam dar reguadas e puxar orelhas, mas sabiam ensinar; e como sabiam! Era uma escola bem próxima ao Museu do Ipiranga em São Paulo, capital, fundada pelo padre Guido Del Toro especificamente para imigrantes japoneses e seus descendentes. Na época de meu curso (1942 no primeiro ano) eu era o único aluno com traços europeus no meio de centenas de japoneses e nisseis. Era o tempo da 2ª Grande Guerra em curso, logo, eu era o "inimigo". Não sabiam que italianos faziam parte do "Eixo" com Alemanha e Japão.
Ginásio e colegial foram frequentados em escola pública quando ainda, felizmente, professores eram catedráticos concursados. No Colégio Estadual Alexandre de Gusmão, fiz o ginásio e o colegial/científico no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. (Naquela época alunos optavam por preparo mais especializado: "científico" para engenharia, medicina e biologia e o "clássico" para letras, direito, ciências sociais, etc.)
Não fiz curso superior. Quando acabei o colegial e me preparava para o vestibular meu pai ficou muito doente e eu, como filho mais velho, optei por trabalhar. Fui aprovado em concurso no Banco do Brasil. Meu pai morreu no ano seguinte. Passei 32 anos em profissão que nada tinha a ver com minha índole.
Em 1965 casei-me com Paula Maria, minha bela esposa, com a qual construí minha vida, e com ela tive três filho. Felizmente ela é ainda minha esposa, companheira, confidente, a pessoa certa para minha caminhada neste mundo.
Fiz parte durante muitos anos do Iris Foto Grupo, na cidade de São Carlos-SP, para a qual me mudei em 1973. Algumas de minhas fotografias foram premiadas. Hoje, ainda tenho dúvidas sobre qual arte, literatura ou fotografia, deveria expressar e compartilhar minha emoção.
Olhem em meu livro um mosaico um pouco rarefeito, no qual os elementos são minhas poesias, dispersos registros de um diário e um pouco de meu pensamento em resposta a perguntas. Formam um "Retrato Inacabado" ao qual joguei agora alguma tinta a mais. Talvez sejam rabiscos naquela parte do quadro onde muito custei a assinar.
br/> Sobre o nome do autor: não encontro motivos desbalanceados para a escolha do anagrama na autoria do livro. Talvez por parecer a mim mais eufônico o pseudônimo.
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Retrato Inacabado
Da mesma forma que em "livros de época", neste livro é necessário ao leitor situar-se em outro tempo - não só de outra ética e diferente avaliação do que é moralidade, mas um tempo em que se manifesta o pensamento através da arte, usando a prosa e a poesia. É o tempo de alguém muito particular, construído longe da convivência social, dos diálogos desinibidos em família, que compartilha alegrias, tristezas ou dúvidas da infância e início da juventude.
Imagine o autor pintando seu próprio retrato. Se nele ganham força tons sombrios, não é porque lhe faltem na paleta as cores de luz e vivacidade. Basta passar pelos sonetos 6, 20, 25 e 35, por exemplo, para sentir como extrai de situações corriqueiras a essência do fato, sagaz e poeticamente interpretado. São versos que expressam a alegria de escrever, com excepcional uso de palavras e rimas, como as que embalam "A manga madura e o inspetor".
Surpreendente é a combinação de algumas pinceladas de otimismo imerso em um contorno de sombras e contido desespero em "As quatro estações". Mas é em "Primavera" que a claridade desponta sobre todas as sombras de seu pensamento.
Introspectivos textos em prosa conduzem o leitor ao íntimo da mente do autor. Descrevem estados mentais em que a afirmação de dúvidas confunde-se com a negação de certezas, intrigando quem o lê.
Em muitas das respostas à "entrevista", particularizando a época e a moralidade, é possível entender o porquê do "Retrato Inacabado". Extensa e minuciosa, essa entrevista deixa, porém, espaço para a curiosidade sobre outras áreas e sentimentos intocados. Ficam no ar perguntas para desvendar a parte inacabada do Retrato, pedindo respostas à nossa imaginação - como sugere, aliás, o próprio autor logo na apresentação deste livro.
Imagine o autor pintando seu próprio retrato. Se nele ganham força tons sombrios, não é porque lhe faltem na paleta as cores de luz e vivacidade. Basta passar pelos sonetos 6, 20, 25 e 35, por exemplo, para sentir como extrai de situações corriqueiras a essência do fato, sagaz e poeticamente interpretado. São versos que expressam a alegria de escrever, com excepcional uso de palavras e rimas, como as que embalam "A manga madura e o inspetor".
Surpreendente é a combinação de algumas pinceladas de otimismo imerso em um contorno de sombras e contido desespero em "As quatro estações". Mas é em "Primavera" que a claridade desponta sobre todas as sombras de seu pensamento.
Introspectivos textos em prosa conduzem o leitor ao íntimo da mente do autor. Descrevem estados mentais em que a afirmação de dúvidas confunde-se com a negação de certezas, intrigando quem o lê.
Em muitas das respostas à "entrevista", particularizando a época e a moralidade, é possível entender o porquê do "Retrato Inacabado". Extensa e minuciosa, essa entrevista deixa, porém, espaço para a curiosidade sobre outras áreas e sentimentos intocados. Ficam no ar perguntas para desvendar a parte inacabada do Retrato, pedindo respostas à nossa imaginação - como sugere, aliás, o próprio autor logo na apresentação deste livro.