Carmen Laforet
Biografia
Carmen Laforet nasce em Barcelona em 1921. Aos dois anos de idade desloca-se com a sua família para Las Palmas, nas Canárias, onde permanece até aos seus dezoito anos. No fim da guerra, deixa o arquipélago e regressa a Barcelona para estudar Filosofia e Letras, vivendo com a sua avó, Carmen. Já em Madrid, em Janeiro de 1944 inicia a redacção de «Nada» que termina no mês de Setembro.
O romance é publicado em 1945, vencendo nesse mesmo ano o recém-criado prémio Nadal. O reconhecimento do valor deste romance de estreia, escrito por uma jovem e desconhecida autora de vinte e três anos, é imediato e fulgurante: crítica e público rendem-se ao carácter excepcional da obra, que será considerada um verdadeiro acontecimento socio-literário que renovou a literatura espanhola do pós-guerra.
As edições sucedem-se: em Setembro a segunda, em Outubro a terceira, a quarta em Fevereiro de 1946, a quinta em Abril, ultrapassando ao longo dos anos as cinquenta edições sem que o seu impacto esmoreça nas diferentes gerações de leitores.
O enorme êxito da sua primeira obra, ao contrário do que seria de esperar, remete Carmen Laforet para um primeiro obstinado silêncio que durará seis anos (e que inaugura a sua difícil e conturbada relação com a fama e a vida mundana), após o qual publica "La isla e los demonios", que será para muitos a continuação retrospectiva da história de Andrea, a conturbada protagonista de «Nada».
Por esta altura, sofre uma profunda crise espiritual, que a fará reconciliar-se com a Igreja Católica e, nesta nova fase de militância religiosa, publica "La mujer nueva" - com a qual obtém o Prémio Nacional de Literatura e o Prémio Menorca - , e o livro de contos "La muerta" (1952). Seguem-se a colecção de novelas curtas, "La llamada" (1954) e, em 1956, a sua antologia pessoal: "Mis páginas mejores". Nesse mesmo ano renuncia à sua fé católica com o mesmo fervor com que havia abraçado em 1951.
Em 1963 publica "La insolación", a sua última obra, com a qual recupera o assunto da adolescência e dos seus ritos de passagem à idade adulta. Este ano, é marcado igualmente pelo definitivo afastamento de Carmen Laforet da vida social e cultural do país, da qual se abstém de participar, iniciando um período prolongado de viagens e de residência no estrangeiro, até ao seu regresso em 1979, quando se instala na cidade de Santander. Morre em 2004, sendo a sua obra, sobretudo o seu romance de estreia, «Nada», comemorada e assinalada com reedições críticas e económicas de tiragens elevadas.
O romance é publicado em 1945, vencendo nesse mesmo ano o recém-criado prémio Nadal. O reconhecimento do valor deste romance de estreia, escrito por uma jovem e desconhecida autora de vinte e três anos, é imediato e fulgurante: crítica e público rendem-se ao carácter excepcional da obra, que será considerada um verdadeiro acontecimento socio-literário que renovou a literatura espanhola do pós-guerra.
As edições sucedem-se: em Setembro a segunda, em Outubro a terceira, a quarta em Fevereiro de 1946, a quinta em Abril, ultrapassando ao longo dos anos as cinquenta edições sem que o seu impacto esmoreça nas diferentes gerações de leitores.
O enorme êxito da sua primeira obra, ao contrário do que seria de esperar, remete Carmen Laforet para um primeiro obstinado silêncio que durará seis anos (e que inaugura a sua difícil e conturbada relação com a fama e a vida mundana), após o qual publica "La isla e los demonios", que será para muitos a continuação retrospectiva da história de Andrea, a conturbada protagonista de «Nada».
Por esta altura, sofre uma profunda crise espiritual, que a fará reconciliar-se com a Igreja Católica e, nesta nova fase de militância religiosa, publica "La mujer nueva" - com a qual obtém o Prémio Nacional de Literatura e o Prémio Menorca - , e o livro de contos "La muerta" (1952). Seguem-se a colecção de novelas curtas, "La llamada" (1954) e, em 1956, a sua antologia pessoal: "Mis páginas mejores". Nesse mesmo ano renuncia à sua fé católica com o mesmo fervor com que havia abraçado em 1951.
Em 1963 publica "La insolación", a sua última obra, com a qual recupera o assunto da adolescência e dos seus ritos de passagem à idade adulta. Este ano, é marcado igualmente pelo definitivo afastamento de Carmen Laforet da vida social e cultural do país, da qual se abstém de participar, iniciando um período prolongado de viagens e de residência no estrangeiro, até ao seu regresso em 1979, quando se instala na cidade de Santander. Morre em 2004, sendo a sua obra, sobretudo o seu romance de estreia, «Nada», comemorada e assinalada com reedições críticas e económicas de tiragens elevadas.
partilhar
Em destaque VER +
A Ilha e os Demónios
Novembro de 1938. Em vésperas da 2ªguerra mundial a Espanha encontra-se mergulhada em plena guerra civil. A adolescente Marta Camino vive em Las Palmas, nas ilhas Canárias, com o seu irmão mais velho José, a cunhada Pino, e a mãe, Teresa, meio enlouquecida, fechada num dos quartos da casa. Marta ambiciona escapar desta família e anseia por uma vida fora da ilha. A chegada dos tios, fugidos da guerra, será para Marta a oportunidade que espera para concretizar o seu sonho de uma vida preenchida por novas sensações. Descobrirá no entanto, através de traições e desilusões, uma realidade brutal, plasmada no selvagem cenário da natureza envolvente.
«A Ilha e os Demónios», publicado oito anos depois do enorme êxito de «Nada» - prémio Nadal em 1944 -, confirma o talento narrativo de Carmen Laforet, consagrando a autora como uma das mais importantes escritoras espanholas do sec.XX.
«A Ilha e os Demónios», publicado oito anos depois do enorme êxito de «Nada» - prémio Nadal em 1944 -, confirma o talento narrativo de Carmen Laforet, consagrando a autora como uma das mais importantes escritoras espanholas do sec.XX.