Maria Heloísa Martins Dias
Biografia
Maria Heloísa Martins Dias, paulista, professora Livre-Docente em Literatura Portuguesa pela Unesp/São José do Rio Preto, com Pós-Doutorado pela Universidade Nova de Lisboa, Doutorado e Mestrado pela Universidade de São Paulo. Defendeu a Dissertação Signo do desejo: uma leitura da poesia de António Ramos Rosa (1986) e a Tese O pacto primordial entre mulher e escrita na obra ficcional de Teolinda Gersão (1992). Autora dos livros Fernando Pessoa: um interlúdio intertextual (Prêmio Fernando Pessoa 1983), A estética expressionista, Casa, família & cia (Prêmio Literatura Infanto-Juvenil, Bahia, 1996), Orfeu e Eurídice: canto e poesia encarnados, O pacto primordial entre mulher e escrita: Teolinda Gersão e a atual prosa feminina portuguesa, As distintas margens da escrita literária, entre outros. Colaboradora em revistas literárias nacionais e estrangeiras, através de artigos sobre teoria literária, relações intertextuais com enfoque nas literaturas brasileira e portuguesa. Desenvolve projetos na área de ensino da literatura, com foco especial na poesia, objeto que tem servido à realização de oficinas literárias.
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(Des)Focagens da Literatura
Trata-se de uma coletânea de ensaios críticos sobre textos de autores portugueses e brasileiros, poetas e ficcionistas, em sua maioria modernos e contemporâneos. O enfoque centra-se na importância das soluções estéticas inovadoras que os autores apresentam em suas produções literárias, por isso, a abordagem textual se caracteriza por uma postura analítica valorizadora dos contextos específicos de construção poético-ficcional.
O título - (Des)Focagens da Literatura - procura apontar justamente para este aspecto fundamental da literatura: a liberdade com que ela opera suas relações com o real instituído, ao tramar formas para driblar as convenções e os condicionamentos, geradores de reflexos previsíveis. Assim, a operação realizada pela linguagem literária contém em seu gesto o impulso dúplice de acolhimento e rejeição, o que transforma a focagem em desfocagem. Revelação e ocultação simultâneas. Eis um dos maiores prazeres que a literatura pode nos proporcionar e é esse prazer que pretendemos compartilhar com os leitores a quem o livro se destina: jovens estudantes, professores, educadores, pesquisadores e demais interessados pelos estudos literários.
A atualidade do livro justifica-se duplamente: pela escolha dos objetos a serem analisados e pela forma como se faz a análise, ao ser ressaltada a originalidade da linguagem narrativa ou poética. Para além do espírito irreverente que movia as vanguardas modernistas, nas primeiras décadas do século XX, parece-nos que a literatura é sempre impulsionada por um ímpeto contracultural tramado em seu fazer, tornando-a uma linguagem rica de contradições a serem perscrutadas pela visão crítica. Digamos que uma espécie de autoironia alimenta a escrita: o seu fazer se mostra pelo desfazer, graças à consciência do escritor em relação aos enquadramentos redutores que rondam o posicionamento de sua linguagem. É contra esses limites, diversos em sua natureza mas apontando sempre a uma instância de Poder, que a escrita move suas peças.
Eis o que nos fascina na literatura, essa contracorrente a perpassar seu espaço de construção.
Aqui fica o convite para o leitor seguir conosco nessa trilha, que não tem o propósito de ser definitiva nem absolutamente certeira. Ao contrário, os riscos da aventura incluem acertos e desacertos e um vagar permanente, aberto à acolhida de outros olhares.
O título - (Des)Focagens da Literatura - procura apontar justamente para este aspecto fundamental da literatura: a liberdade com que ela opera suas relações com o real instituído, ao tramar formas para driblar as convenções e os condicionamentos, geradores de reflexos previsíveis. Assim, a operação realizada pela linguagem literária contém em seu gesto o impulso dúplice de acolhimento e rejeição, o que transforma a focagem em desfocagem. Revelação e ocultação simultâneas. Eis um dos maiores prazeres que a literatura pode nos proporcionar e é esse prazer que pretendemos compartilhar com os leitores a quem o livro se destina: jovens estudantes, professores, educadores, pesquisadores e demais interessados pelos estudos literários.
A atualidade do livro justifica-se duplamente: pela escolha dos objetos a serem analisados e pela forma como se faz a análise, ao ser ressaltada a originalidade da linguagem narrativa ou poética. Para além do espírito irreverente que movia as vanguardas modernistas, nas primeiras décadas do século XX, parece-nos que a literatura é sempre impulsionada por um ímpeto contracultural tramado em seu fazer, tornando-a uma linguagem rica de contradições a serem perscrutadas pela visão crítica. Digamos que uma espécie de autoironia alimenta a escrita: o seu fazer se mostra pelo desfazer, graças à consciência do escritor em relação aos enquadramentos redutores que rondam o posicionamento de sua linguagem. É contra esses limites, diversos em sua natureza mas apontando sempre a uma instância de Poder, que a escrita move suas peças.
Eis o que nos fascina na literatura, essa contracorrente a perpassar seu espaço de construção.
Aqui fica o convite para o leitor seguir conosco nessa trilha, que não tem o propósito de ser definitiva nem absolutamente certeira. Ao contrário, os riscos da aventura incluem acertos e desacertos e um vagar permanente, aberto à acolhida de outros olhares.