«Há muitas vidas em jogo numa biografia. Cabe ao biógrafo lutar por elas, com a única arma que lhe é permitida: a verdade.» Com biografias icónicas como O Anjo Pornográfico ou Estrela Solitária, Ruy Castro ajudou a dar uma nova dimensão ao género biográfico. Agora, com A Vida por Escrito, o grande biógrafo está pronto para partilhar: não só os bastidores dos seus livros, mas também as técnicas e desafios da própria arte de biografar, que apurou ao longo de décadas.

COMO EXEMPLO, AQUI FICAM TRÊS DICAS:
1. Uma boa biografia ajuda o leitor a entender-se melhor;
2. A biografia não retrata apenas o avesso da personagem - retrata o seu tempo e espaço;
3. Para o biógrafo não há detalhes insignificantes.

Mas há mais, muito mais quetões que Ruy Castro se oferece para esclarecer, servindo-se de uma vasta experiência e de uma paixão rara pela biografia: Existe um biografado ideal? Como lidar com fontes relutantes? Como seleccionar a informação? Em que ponto se deve começar a escrever? E depois, quando tudo terminou, como se volta a viver sem aquela personagem?

«Em A vida por escrito, tentarei dividir com o leitor o processo de construção desses livros e espero apresentar soluções para os problemas inerentes ao gênero. Mais do que um manual de como escrever uma biografia, será um relato da experiência de alguém que, depois de vinte anos nas principais Redações de jornais e revistas do Rio e de São Paulo, e já tendo passado dos quarenta, descobriu um novo mundo a ser explorado pela única ferramenta que o acompanha pela vida: a palavra.

Ferramenta esta a serviço de uma curiosidade quase imoral pelo passado, e mais ainda pelo século xx. Levantar esse passado não implica nostalgia ou saudosismo, mas uma obsessão em descobrir como eram o dia a dia e a cultura quando ele, o biógrafo, ainda não existia nem nos sonhos de seus pais. O passado é um país estrangeiro. Às vezes, parece distante. Porém, quando se mergulha nele, descobre-se que pode estar logo ali. E dispensa passaporte, visto e vacina.»