Fernando Aníbal Costa Peixoto
Biografia
Fernando Aníbal Costa Peixoto (1947-2008) desenvolveu uma intensa actividade cultural e cívica. Na poesia e
no teatro, foi autor, declamador, actor e encenador, tendo fundado e dirigido diversos grupos de teatro amador.
Desde 1974, exerceu diversos cargos autárquicos, entre os quais o de Presidente da Junta de Freguesia de Santa
Marinha, Gaia (1997-2001). Entre 1985 e 2008, foi professor em diversas escolas do ensino básico, profissional e
superior, entre as quais a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, o Instituto Piaget, a Escola Superior de
Educação - Instituto Politécnico do Porto e a Escola Superior Artística do Porto. Além de uma vasta obra nos
campos do teatro e da poesia, publicou muitos artigos e livros na área da história, de que se destacam:
Concepção e parto da CIRDD (1997); Diogo Cassels, uma vida entre duas margens (2001); As instituições
reguladoras do Vinho do Porto (2003); O vinho do Porto: do corporativismo à democracia (2006). Mestre em
História Moderna e Contemporânea pela FLUP, era estudante de Doutoramento em História na mesma
Faculdade, tendo apresentado o texto que aqui se publica como dissertação para as respectivas provas, que
não chegaram a efectivar-se. Era investigador do CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura,
Espaço e Memória».
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Do Corporativismo ao Modelo Interprofissional
A criação do «Triângulo Corporativo», com a fundação da Casa do Douro, em 1932, e com o aparecimento do Grémio dos Exportadores do Vinho do Porto e do Instituto do Vinho do Porto, em 1933, foi a fórmula encontrada pelo Estado Novo para controlar o sector do vinho do Porto e as relações entre os diversos agentes que intervinham na sua produção e comércio. Desde 1974, o regime democrático impeliu o País para a adopção de políticas que respondessem aos desafios da integração na Comunidade Económica Europeia, implicando a «agonia» do corporativismo e preparando o sector vitivinícola para responder à globalização dos mercados.Todavia, o sector do vinho do Porto só começou a libertar--se da tradição corporativa bem mais tarde, a partir de 1995, quando surgiram os primeiros projectos de adesão ao modelo de inter- -profissionalismo, com a criação da Comissão Interprofissional da Região Demarcada do Douro, vindo a concretizar-se definitivamente com a legislação de 2003, que criou o novo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, absorvendo aquela comissão.
É essa evolução que se procura analisar neste livro e, simultaneamente, compreender o porquê das «resistências» que dificultaram a consensualização entre agentes económicos com interesses divergentes.
É essa evolução que se procura analisar neste livro e, simultaneamente, compreender o porquê das «resistências» que dificultaram a consensualização entre agentes económicos com interesses divergentes.