Vulnerabilidade e Risco de Contaminação de Aquíferos
Comparação de modelos baseados no método DRASTIC
de Fernando António Leal Pacheco
Sobre o livro
Saber interpretar uma carta geológica e captar os seus traços essenciais é uma operação
capital. A análise de cartas geológicas acompanhada da construção de cortes geológicos é um
dos exercícios mais frutuosos e um dos mais reveladores da compreensão dos problemas
geológicos.
A cartografia geológica em Portugal teve início em meados do séc. XIX pretendendo, as
primeiras cartas, ser um complemento a estudos mineiros ou regionais. A primeira carta
geológica de Portugal, à escala 1:500 000, foi publicada em 1876 graças ao trabalho
desenvolvido por Carlos Ribeiro e Nery Delgado, tendo sido feita uma 2ª edição, renovada,
em 1878. Nery Delgado e Paul Choffat fizeram uma profunda atualização desta edição,
promovendo, em 1899, a 3ª edição, que foi apresentada na Exposição de Paris, em 1900, e
valeu aos seus autores uma medalha de ouro e um "Grande Prémio" à Instituição. O
falecimento destes dois geólogos, aliado à substituição da "Comissão dos Serviços
Geológicos" pelos "Serviços Geológicos", provocou alguma estagnação a nível da produção
de cartografia geológica de Portugal, que foi de novo relançada por Carlos Teixeira, tendo em
1951 tido início os levantamentos sistemáticos da Carta Geológica de Portugal à escala
1:50 000. Em 1972, coordenada por Carlos Teixeira, é publicada a 4ª edição desta mesma
carta, a qual apresenta um significativo progresso no que diz respeito à escala estratigráfica, à
representação de formações eruptivas, à pormenorização dos depósitos discordantes, à revisão
das formações plio-quaternárias e à introdução de acidentes tectónicos. Em 1983 começa a ser
publicada sistematicamente a Carta Geológica de Portugal, à escala 1:200 000, e em 1992 é
publicada a 5ª edição da Carta Geológica de Portugal à escala 1:500 000, profundamente
renovada pelo facto de se fundamentar nas numerosas cartas à escala 1:50 000 que têm vindo
a ser publicadas por diversos autores e em trabalhos de investigação e pesquisa de jazigos
minerais.
Em paralelo têm vindo a ser publicadas cartas temáticas, referindo-se a título de
exemplo a Carta das Nascentes Minerais de Portugal (1970), Carta Tectónica de Portugal
(1972), Carta da Plataforma Continental (1978), todas à escala 1: 1 000 000; Carta Mineira de
Portugal (1960) à escala 1:500 000; Carta Hidrogeológica de Portugal (Folha 7- 1986) à
escala 1:200 000. Atualmente 75% do território nacional continental está coberto por
cartografia geológica à escala 1:50 000 e 50% por cartografia à escala 1:200 000. O território
insular encontra-se totalmente coberto por cartografia geológica às escalas 1.25 000 ou
1:50 000 (Romão & Cunha, 2012).