Sobre o livro
Içar as velas é acto prévio de quem se propõe na navegar ao sabor dos ventos que houver ou for havendo. Para que destinos e por que mares eis o que sempre é necessário saber com a clareza que for sendo possível, estudando as rotas, prevendo as dificuldades próprias de toda e qualquer viagem - e sopesando as forças próprias no desígnio de levar a cabo o projecto que se haja concebido.
Que projecto? Ou seja, de que viagem se trata?
Nos seus condicionalismos de origem, este livro trata, sucessivamente, de um esboço muito geral da História de Portugal desde os cantares de amigo até às tarefas nacionais que o 25 de Abril de 1974 a todos nós impôs; da dialéctica da liberdade e da justiça tal ela se conformou, entre nós, na época contemporânea; da emergência da poesia em Antero e em Pessoa; do admirável esforço filosófico de Vieira de Almeida, meu Mestre "secreto", que, ao invés do que, apressadamente, se poderia ajuizar, não foi em vão que pensou e "soltou" os ventos que pôde; e, por fim, de lágrimas efectivamente vertidas na morte de um Amigo e colega de geração cujos propósitos de vida consistiram em compreender e transformar Portugal -, Joaquim Barradas de Carvalho.