William Somerset Maugham, filho de pais ingleses a viverem
em França, nasceu em 1874, na embaixada britânica
de Paris, de modo a escapar à obrigatoriedade de
cumprir serviço militar imposta a todos os cidadãos nascidos
em solo francês. Dramaturgo e romancista, antes
de deflagrar a Primeira Guerra Mundial, Maugham já
havia publicado dez romances e igual número de peças
de teatro da sua autoria haviam subido a palco. Rapidamente
se tornou um dos mais célebres escritores do seu
tempo, e também um dos mais bem pagos. Quando ficou
órfão de ambos os pais, antes de completar dez anos,
foi enviado para Inglaterra, permanecendo ao cuidado
de um tio. Mudou de país e mudou de língua – a adaptação
não decorreu pacificamente. Com dezasseis anos,
convenceu o tio a deixá-lo estudar na Alemanha, onde
se dedicaria à literatura, à filosofia e à língua alemã. Aqui
assumiria a sua bissexualidade, tendo a primeira relação
homossexual, e aqui escreveria o seu primeiro livro, uma
biografia do compositor Giacomo Meyerbeer. Quando
regressou a Inglaterra, Somerset Maugham já tinha a certeza
de que queria ser escritor. Durante a Primeira Guerra
Mundial, o escritor viajou pela Índia e pelo Sudeste
Asiático, experiência que lhe serviu de mote para várias
obras. Entre os seus livros mais notáveis, encontram-se
Servidão Humana, O Fio da Navalha e A Carta. Somerset
Maugham morreu na sua casa do Sul de França em 1965,
e as suas cinzas foram espalhadas perto da Biblioteca
Maugham, em Inglaterra.(...)