Salazar e Paulo VI
A relação conturbada do ditador com o primeiro papa a visitar Portugal
de José de Carvalho
Sobre o livro
Sabia que, apesar de ser frequentemente recordado como beato, Salazar não respeitava o Papa? E que o Cardeal Cerejeira exercia enorme controlo sobre Salazar? E sabia que Salazar chegou mesmo a ameaçar a Santa Sé com um rigoroso e firme corte de relações? José Carvalho, historiador especialista em temáticas de religião, levanta o véu sobre estas e muitas outras questões fundamentais para compreendermos a relação entre o Estado Novo e o Vaticano.
Numa época em que a figura do Sumo Pontífice
está permanentemente sob escrutínio mediático,
fruto da recente renúncia de Bento XVI, importa
recordar que Paulo VI foi o primeiro Papa a
visitar Portugal, no dia 13 de Maio de 1967, para
assinalar os 50 anos das aparições de Nossa
Senhora de Fátima. O País era, na época,
governado por Salazar, que abandonaria o poder
no ano seguinte. Ao longo de todo o seu
Pontificado, entre 1963 e 1978, o Papa Paulo VI
teve uma relação muito difícil com Salazar,
governante que considerava demasiado
conservador. Por sua vez, Salazar não acreditava
em Paulo VI e nas suas "novas ideias", surgidas
do Concílio Vaticano II (1962-1965). Mais: tinha
medo das "ideias perigosas" que circulavam na
cabeça e na acção de alguns católicos da época.
Este livro revela, por exemplo, que Salazar esteve
prestes a não autorizar a visita do Papa ao nosso
País. A história de uma relação difícil e polémica,
a crispação entre Salazar e Paulo VI, e uma visita
que parecia impossível, estão entre as revelações
desta obra, que pretende responder ainda a
questões como: Quem foi Paulo VI? Quais as
razões da beatificação de Paulo VI em 2013?
Como foi vivido o pontificado de Paulo VI no
nosso País? Que imagem tinha Paulo VI de
Salazar? Que relação existiu entre o regime
português e Paulo VI? Uma obra reveladora, um
contributo assertivo para a queda de inúmeros
mitos falaciosos que prevalecem na memória
colectiva dos portugueses.