Revista Portuguesa de Educação Artística 3
de Paulo Esteireiro e Carlos Gonçalves
Sobre o livro
"O terceiro número da RPEA mantém o princípio de privilegiar, de modo igual, as diferentes áreas artísticas. No entanto, ao longo dos últimos três anos, tem-se tornado notório que as propostas de artigos enviados para a RPEA continuam a refletir uma educação artística muito mais ativa nas áreas das artes visuais e da música e menos dinâmica nas áreas da dança e do teatro - situação natural no atual panorama curricular do ensino básico. Apesar deste cenário, é possível encontrar neste número artigos que versam sobre dança, música e artes visuais, tendo havido uma preocupação, aquando a seleção dos artigos propostos, de equilíbrio entre estes domínios artísticos.
Por conseguinte, entre os artigos aceites pela Comissão Científica da RPEA é possível encontrar uma variedade temática que demonstra a vitalidade da investigação neste domínio. Desde artigos sobre ""cinema de animação"" ou ""dança inclusiva"", passando por ""criatividade em dança"" ou ""aprendizagem do canto coral"", até ""relações entre práticas formais e informais no ensino da música"", o presente número da RPEA permite observar um panorama de investigação em educação artística rico e variado.
Entre as novidades apresentadas destaca-se a nova secção ""Projetos"", um espaço onde se incluirão artigos que divulguem projetos relevantes. No presente número surgem, desta maneira, dois artigos resultantes de um projeto europeu - ""Comenius Regio"", projeto de parceria entre as regiões de Madeira e Galiza no domínio da educação musical, e um terceiro que descreve um projeto de defesa do património natural e cultural, através da educação artística.
Neste número, destaca-se igualmente o breve ensaio de Sérgio Figueiredo intitulado «Retratos da Educação Musical na Escola Brasileira», onde se relata em traços gerais a história da educação musical no Brasil desde o século XIX até à atualidade, centrando-se a perspetiva do autor na luta pela democratização da disciplina e na especialização do professor que a leciona. Mantém-se assim nesta edição o espaço destinado aos investigadores do espaço lusófono que se dedicam ao estudo da educação artística, procurando, desta forma, a construção de pontes entre os especialistas dos diferentes países de língua oficial portuguesa.
Após os dois primeiros números, a direção da RPEA deseja que este número constitua mais um estímulo para melhorar a investigação neste domínio e que permita oportunidades de reflexão sobre questões centrais da educação artística na atualidade."