Revestimentos em Edifícios Recentes
CAD 3 (2ª edição)
Sobre o livro
São conhecidos os problemas existentes nos edifícios de construção recente causados pela humidade nas suas diversas formas de manifestação, correntemente classificadas como humidades de construção, de precipitação, de condensação, devidas à presença de sais higroscópicos, provenientes do terreno ou devidas a causas fortuitas. Este tipo de patologia, para além de poder pôr em perigo, em casos extremos, as condições de segurança das construções, ou de partes dela, põe naturalmente em causa as condições de salubridade dos espaços interiores dos edifícios de modo incompatível com um nível aceitável da qualidade de vida dos seus ocupantes. Entre aquelas humidades realçam-se as de infiltração e de condensação que se manifestam especialmente nos elementos da envolvente da construção. A humidade nestes elementos, quando atinge os seus paramentos interiores, dá geralmente origem a manchas de humidade a que se podem associar manchas de bolores e fungos com um grau de desenvolvimento e uma extensão mais ou menos significativos consoante a solução construtiva adoptada e a forma de utilização dos espaços do interior do edifício. Assim, o ataque a este tipo de problemas passa evidentemente pela adopção de soluções apropriadas em paredes exteriores e coberturas, nas quais os seus revestimentos ou acabamentos têm um papel importante a desempenhar. Este número dos Cadernos de Edifícios, com o título ìRevestimentos em edifícios recentesî, foi assim pensado fundamentalmente na óptica da estanquidade à água da envolvente do edifício, tratando então, naturalmente, dos revestimentos daqueles dois elementos da construção que mais directamente estão sujeitos à acção dos agentes atmosféricos normais ñ a cobertura e as paredes exteriores. Sendo as condensações, a par das infiltrações de água da chuva, um tipo de anomalia muito frequente nos edifícios em Portugal, especialmente nos edifícios de habitação, o primeiro artigo deste Caderno diz exactamente respeito a esta problemática. O segundo e o terceiro artigos tratam de soluções construtivas de coberturas em terraço e inclinadas, respectivamente, e o quarto aborda os principais aspectos a considerar no fabrico duma das principais famílias de membranas de impermeabilização de coberturas usadas no nosso País, as membranas betuminosas. Os dois artigos seguintes são orientados para os revestimentos de paredes; o primeiro deles incide sobre a análise dos parâmetros que possam condicionar o adequado desempenho de rebocos no que diz respeito à fendilhação (uma das principais anomalias que conduzem à redução significativa da capacidade de impermeabilização destes revestimentos); e o segundo trata da constituição e das técnicas de utilização de um dos mais correntes revestimentos de paredes de edifícios recentes, os revestimentos por pintura. Sendo este Caderno dedicado aos revestimentos de edifícios, não se quis deixar de fazer uma referência aos acabamentos de pavimentos ou às soluções a eles associadas, mesmo que fugindo às linhas de enquadramento atrás mencionadas definidas para este número dos Cadernos de Edifícios. Assim, o último artigo trata da adequabilidade, à função respectiva, duma solução relativamente inovadora constituída por uma argamassa de inertes leves de composto de cortiça para formar camadas de regularização de grande espessura em pavimentos (por vezes com cerca de 80 a 100 mm de espessura total). Outras oportunidades surgirão certamente para voltar a esta temática dos acabamentos na construção, aqui tratada, nos sete artigos apresentados, duma forma relativa e propositadamente dispersa pelos principais elementos construtivos.