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Sobre o livro
«Escrevi os Poemas Açoreanos entre 1958 e 1961, quando, na minha terra natal, passei os piores momentos da minha vida.
De outubro de 1959 a meados de 1960 tive um Mecenas, o Dr. Aníbal Cymbron Bettencourt Barbosa, que enfrentou toda a sorte de pressões e chantagens e bravamente me protegeu e me deu apoio moral e financeiro. Ele me colocou na Escola Técnica de Ponta Delgada, da qual foi o grande obreiro e diretor.
Mas, como sempre acontece, o colonialismo lisboeta exigiu a minha saída da Escola…
Poemas Açoreanos são um protesto contra a situação dos Açores, ilhas reduzidas a um campo de concentração, onde os portugueses vêm passear a sua mediocridade, sua mania de mandar na terra dos outros.
Desde muito cedo se chocaram comigo aqueles que vinham de fora, da mãe pátria, para gozar a vida na ilha e perseguir os nativos…
Sempre tive a esperança de que o meu povo acordaria. A maré montante do nacionalismo no mundo de hoje veio favorecer esse fato. E isso me alegra e me comove profundamente.
Demitido, desempregado, escarnecido, segregado, acusado de comunista pelos fascistas, acusado de fascista pelos comunistas, esperei longo tempo até sair para o mundo. Nunca deixei de ser o que sempre fui: democrata.
No Brasil e no mundo continuei a minha luta pelas minhas nobres ideias da Humanidade. Renunciei à cidadania portuguesa e me fiz brasileiro e creio que tenho honrado com o meu trabalho a Pátria Açoreana, à qual não poderia renunciar».
Jonas Negalha