O Vendedor de Passados
de José Eduardo Agualusa
Grátis
Sobre o livro
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
Félix Ventura escolheu um estranho ofício: vende passados falsos. Os seus clientes - prósperos empresários, políticos, generais, enfim, a emergente burguesia angolana - têm o futuro assegurado. Falta-lhes, porém, um bom passado. Félix fabrica-lhes uma genealogia de luxo e memórias felizes, e consegue-lhes os retratos dos ancestrais ilustres.
A vida corre-lhe bem. Uma noite entra-lhe em casa, em Luanda, um misterioso estrangeiro à procura de uma identidade angolana. Então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz, mas divertida e bem-humorada, à atual sociedade angolana, O Vendedor de Passados é também (ou principalmente) uma reflexão sobre a construção da memória e os seus equívocos.
Comentários
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Imperdível
Uma magnífica crítica social em forma de romance que promete cativar o leitor da primeira à última página. O humor, o toque de fantasia e mistério tornam a história ainda mais interessante e única.
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Fantástico
A maneira mais bonita de poetizar o passado, a maneira mais bonita de honrar a oralidade de uma nação, de se manter fiel às suas origens através de personagens sem sol, de personagens com cicatrizes, de memórias de um passado que se tenta esquecer mas que nos pertence. E, acima de tudo, a maravilhosa ideia da osga. Este escritor, essa capacidade de se manter terra-a-terra com o que é seu, com o que lhe caracteriza, oferecendo-nos através da fantasia uma irrealidade quase real. Adorei.
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Leitura refrescante
Embora a literatura africana seja uma paixão recente minha, este livro, por si só, seria suficiente para me fazer apaixonar. É refrescante a forma como Agualusa aborda temas tão pesados com uma leveza que convida ao sorriso e à fantasia - a certeza de que no silêncio provocado pela guerra e a maldade humana, prevalecerá sempre a literatura e a sua capacidade de nos fazer sonhar; de deixar espaço à irracionalidade que é a condição de todos os sentimentos e, por isso, única possibilidade de felicidade. "A felicidade", escreve Agualusa, "é quase sempre uma irresponsabilidade. Somos felizes durante os breves instantes em que fechamos os olhos".
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Uma literatura tropical que prende qualquer um. A junção ideal da ficção à factualidade é nos contada por Eulálio, uma pequena osga alojada no canto superior da sala de um sujeito que tem como ocupação vender passados aqueles que os procuram.