O Bairro das Cruzes
de Susana Amaro Velho
Sobre o livro
«Esta não é uma história de amor. Não uma história de amor convencional, por assim dizer. Não tem um casal que se apaixona e tem filhos. Que troca juras de amor até que se unam na sepultura partilhada, com dizeres e fotografias a sépia. Esta não é, de todo, uma história desse tipo de amor, mas realça o elo indelével entre uma criança, a sua origem e os seus laços familiares.»
O Bairro das Cruzes conta a história da Luísa. E da Rosa. Conta a história das cruzes que carregamos desde a infância e que condicionam escolhas futuras. Caminhos que se seguem e outros que se evitam. O Bairro das Cruzes atravessa o tempo. O espaço. Mistura comunistas e PIDE e sobrevive às cheias de Lisboa. Carrega um fardo pesado e agarra à terra quem lá nasceu. Quem de lá quis sair, mas regressou. Porque o sangue pode pesar tanto quanto a pedra. E pode ser mais pesado que uma cruz.
Um dos melhores livros que li em 2020. A escrita da Susana Amaro Velho é fluida e prende-nos desde as primeiras páginas. A narrativa passada em época de estado novo transporta-nos para um passado não tão distante. Pelos olhos da Luisa vamos acompanhado o que se passa no Bairro das Cruzes e na vida das pessoas que lá vive. Ganhamos um carinho especial pela Luisa e pelo Avô Zé, assim como um amo-ódio pela prima Rosa. Vale muito a pena!
Este romance de Susana Amaro Velho conquista-nos desde o início, com uma escrita simples, mas rica em conteúdo. É a história de duas mulheres - Luísa e Rosa -, dos seus laços familiares e das suas memórias de infância, vividas num bairro lisboeta, na época do Estado Novo. A leitura faz-se rapidamente, tal é o entusiasmo que sentimos em chegar ao final, onde somos surpreendidos!