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Sobre o livro
Os passageiros de um navio que parte de Nova Iorque com destino a Buenos Aires descobrem que a bordo segue com eles o campeão do mundo de xadrez, um homem arrogante e pouco amigável. Rapidamente se forma um grupo que procura testar os seus conhecimentos de xadrez jogando com o campeão, apenas para conhecer uma clamorosa derrota. É então que um misterioso passageiro avança para os aconselhar, e o rumo dos acontecimentos se altera. Onde adquiriu ele este domínio magistral do jogo do xadrez, e a que custo? Nesta extraordinária novela psicológica o autor oscila, com inigualável mestria, entre um enorme suspense e uma reflexão pungente sobre o nazismo.
Poucos meses antes de se ter suicidado, Stefan Zweig escreveu esta Schachnovelle e iniciou um estudo sobre Montaigne. E foi algures no meio destes dois projectos que terminou a sua autobiografia, literária e literalmente. O interesse desta partida está mais nas características dos adversários do que no jogo em si. Stefan Zweig coloca frente a frente, com o tabuleiro axadrezado da vida a separá-los, o talento inato e a obsessão intelectual, ambas características que facilmente reconhecemos na sua biografia. O nervosismo, a impaciência, a saturação pontuam as jogadas. Cada um destes jogadores pode ser interpretado como o “eu-brancas” e o “eu-pretas” de um mesmo intelecto, num desgastante desafio disputado no interior da alma de um homem.
Foi com grande satisfação que li a Novela de Xadrez. Podia ter terminado de a ler no próprio dia em que a adquiri, mas decidi conter-me de modo a prolongar o prazer que esta obra me estava a proporcionar. Uma história escrita de uma forma inteligente e extremamente cativante. Uma leitura bastante prazerosa.