Sobre o livro
«Em Bissau, o avião aterrou, o cinto desapertei, a África toda entrou e eu petrifiquei.
A caminho do Cumeré, o que vi, senti e interiorizei esmagou o que sempre sonhei.
No Cumeré, vi o que não queria ver, o mosquito enfrentei e também me deslumbrei.
Pelo Rio Geba acima dormi e acordei e de Fernão Mendes Pinto me lembrei.
Em Buba, com a sua beleza me entusiasmei e ao ver os velhinhos me assustei.
Na picada para Aldeia a um canto me enrosquei e, na tentativa de fugir dali, me belisquei.
Em Aldeia, me batizei, comi capim, comi macaco (?) e rezei.
Em Mampatá, cerveja fresca bebi, não paguei, mas muito abracei.
Em Colibuia, entrei... mas não fiquei.
Em Cumbijã entrei, fiquei, as passas do Algarve passei, odiei... e quase amei.
Em Nhacobá, a entrada forcei, arroz encontrei e por mortos passei… e me desassosseguei.
No regresso a casa cantei. Pelos que não regressaram seu nome gritei e pelo povo que ficou me emocionei.
E tudo isto para quê? NÃO SEI…»
Joaquim Costa