Meio Sol Amarelo
de Chimamanda Ngozi Adichie
Sobre o livro
Com uma elegância apenas ao alcance dos grandes escritores, Chimamanda Ngozi Adichie entrelaça as vidas de cinco personagens inesquecíveis: Ugwu, um humilde criado de treze anos a quem o mundo se desvendará pela mão do seu senhor, Odenigbo, que, na intimidade da sua casa, planeia uma revolução. Este jovem professor universitário mantém uma relação apaixonada e sensual com a bela e mágica Olanna, cuja irmã gémea, Kainene, é alvo do amor desesperado de Richard, um jovem inglês a braços com o seu papel de homem branco em África.
Todos eles vão ser forçados a tomar decisões definitivas sobre amor e responsabilidade, passado e presente, nação e família, lealdade e traição. Todos eles vão assistir ao desmoronar da realidade tal como a conheciam devido a uma guerra que tudo transformará irremediavelmente.
Público
Este livro denso e poeticamente escrito (li o original em inglês) tem a capacidade de nos envolver emocionalmente com as personagens, também devido à sua extensão. A história é-nos narrada pelos olhos de três personagens e é, em grande parte, passada em tempo de guerra, tendo por isso partes pesadas e algo incómodas de ler. Chimamanda não revela grandes detalhes acerca dos antecedentes que levaram a esta guerra, deixando apenas pistas. Penso que o seu objetivo era explorar as personagens na sua complexidade e psique e não propriamente contar a guerra, que aparece algo difusa lá atrás. E, tal como já nos habituou, Chimamanda termina os seus livros algo abruptamente, deixando muito em suspenso. Gostei do livro, mas sinto que, no final, o desfecho para determinadas personagens deveria ser mais explícito. Ou então é a autora a dizer-nos que a vida é mesmo assim.