Lorenzaccio / O Prisioneiro de Sintra
de Paul Morand
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Sobre o livro
Tarquínio Gonçalves, o proscrito de «Lorenzaccio», teria sido
visto em Portugal como um ofensivo retrato de Oliveira
Salazar? Em 1956, numa entrevista a Stéphane Sarkany, Paul
Morand fez esta revelação surpreendente: Construí a
personagem de «Lorenzaccio» inspirandome num amigo meu,
um jovem português que era o chefe dos pederastas de Lisboa.
Divertiu-me transformá-lo num ditador, isto dois anos antes de
Salazar ter aparecido e quando Portugal estava muito longe da
ditadura! Mas os Portugueses julgaram que eu tinha feito um
retrato de Salazar, e andámos de candeias às avessas durante
vinte anos.
Este escritor, este diplomata de carreira, esteve quinze anos
sem voltar a Portugal; teve vistos de entrada negados pela
polícia política portuguesa e o seu amigo José dos Santos,
director da Casa de Portugal em Paris, fez-lhe saber que era
persona non grata no seu país. Mas tão forte azedume de
fronteiras teria sido alimentado por uma associação directa
entre a personagem Tarquínio Gonçalves e Salazar.