Koba o Terrível
de Martin Amis
Sobre o livro
O pai, Kingsley, é uma questão que Martin, o filho, tem com ele mesmo. Talvez por isso
Martin Amis, depois do autobiográfico "Experiência", e antes do romance "Yellow Gold",
se tenha dedicado a ler "muitos metros de livros sobre a experiência soviética", sobre a qual
aqui discorre. É que o seu pai (como muitos outros intelectuais seus contemporâneos) foi por
largo tempo um estalinista convicto. E Martin Amis pergunta-se porque é que no Ocidente tantos
intelectuais se deixaram seduzir pelo comunismo. A explicação que encontra é a seguinte:
"Talvez haja uma desculpa racional para acreditar nos contos estalinistas. É que a verdadeira
história - a verdade - era inteiramente inacreditável."
Koba foi uma das alcunhas de Iossif Vissarionovitch Djugashvili, filho único de uma família pobre,
que, em nome do povo, chegaria ao poder de uma superpotência e o mundo conheceria como
Estaline, o "homem de aço". A repressão, as prisões, as torturas, os assassinatos, os gulags,
a solidão de um homem perturbado e perturbante, cuja acção devastadora talvez ainda não
seja conhecida na totalidade.
"Koba, o Terrível", não é um livro de de um historiador, mas talvez por isso mesmo
chega mais fundo a tentativa de percepção de um homem e de um tempo.
in, Os Meus Livros, Outubro 2003
"Koba o Terrível é um livro muito inteligente, que explora, de maneira brilhante, um período e uma figura histórica (...) Mas 'Koba' tem algo que é único (...) é a forma como Amis articula a História com uma história dos intelectuais do ocidente, com histórias de família, com a sua própria história (...) e com a história de Estaline, a personagem que - sim, talvez seja 'um pouco humilhante' reconhecer isto - tem, em si mesma, uma dimensão trágica."
Tereza Coelho
in, Público, 20 de Setembro de 2003
«Indigno, colérico, pessoal e estranhamente tocante… Koba, o TERRÍVEL é um murro no estômago, artisticamente desferido.»
New York Times